Facilitação de visto para estudantes é discutida em EU-BRICS

Redução de taxas, informatização e padronização de requerimentos são algumas das propostas levantadas por jovens delegados, no fórum

A internacionalista Vanessa Tarantini, apresenta “Arquitetos de um Mundo Melhor” do Pacto Global da ONU, no workshop de sustentabilidade.
A internacionalista Vanessa Tarantini, apresenta “Arquitetos de um Mundo Melhor” do Pacto Global da ONU, no workshop de sustentabilidade.

A necessidade de facilitar o processo de obtenção de vistos para estudantes que queiram fazer intercâmbio entre países da União Européia e dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), via redução de taxas, informatização e padronização de requerimentos, foi um dos pontos levantados pelos jovens líderes que integraram o tema “Mobilidade”, na primeira edição do EU-BRICS Young Leaders Forum, ocorrido entre os dias 8 e 9 de junho, em Helsínquia, capital da Finlândia.

“Estas medidas promoveriam uma maior mobilidade estudantil entre os países que fazem parte dos BRICS, resultando em intercambios culturais e educacionais, e na formação de cidadãos globais”, explica a jornalista brasileira, especialista em Relações Internacionais, Gabriela Bazzo (26), que integrou a delegação de jovens brasileiros no evento.

Reunindo diplomatas, membros da sociedade civil, além de 25 delegados da União Européia e cinco representantes de cada um dos países do BRICS, o evento, organizado pela ONG LEAP 2020 (Laboratoire Europeen d’Anticiparion Politique), tem como objetivo estabelecer um diálogo construtivo entre a aliança de cooperação internacional e jovens líderes da sociedade civil sobre os mais importantes temas.

“O BRICS representa a nova ordem mundial, uma nova organização mundial que é mais múltipla”, disse à agência de notícias chinesa “Xinhua” Marie-Helene Caillol, presidente da LEAP 2020, questionando a capacidade do velho sistema internacional de integrar a evolução.

Este ano, o fórum abordou assuntos como democracia, paz, modernidade, inovação, mobilidade, desenvolvimento sustentável e multicultarilismo. O programa brasileiro “Ciência sem Fronteiras”, foi mencionado como uma experiência positiva de mobilidade estudantil, juntamente com o programa europeu “Erasmus” e os cursos oferecidos pela Universidade de Shanghai, na China.

“Acredito que eventos do tipo são de grande importância, no que se refere a pensar o mundo por uma perspectiva mais global, e até mesmo pelo olhar do outro. Principalmente para jovens que daqui há cinco ou dez anos estarão ocupando cargos de liderança e, com isso, estarão tomando decisões políticas”, comenta  Gabriela Bazzo sobre a iniciativa.

Selecionados pelo programa Diplomacia Civil, do Instituto Global Attitude, parceiro da LEAP, fizeram parte da delegação brasileira do fórum os internacionalistas Eduardo Zanatta, Fernando Haddad, Lycia Brasil e Vanessa Tarantini, além da jornalista Gabriela Bazzo e a pesquisadora Maiara Folly. Os cinco jovens brasileiros selecionados tiveram seus custos de passagem, hospedagem e transporte interno subsidiados pela organização do evento.

O Programa Diplomacia Civil é uma iniciativa pioneira de inclusão e engajamento da sociedade civil brasileira na agenda internacional, com foco especial em jovens, por meio da capacitação e coordenação de delegações para fóruns internacionais.