Teleféricos surgem como opção de transporte em cidades densas e populosas

Considerado prático e não-poluente, o sistema de transporte por cabos é bem-sucedido dentro e fora do Brasil; a tendência é que o número de teleféricos ainda aumente por aqui

Além de atração turística, os teleféricos são importantes opções de transporte urbano em diversas cidades do mundo. Considerados limpos, rápidos e práticos, os sistemas de cabos e cabines surgiram, nos últimos anos, como alternativa para regiões com muitos morros, grande densidade demográfica e de difícil penetração de trens e ônibus.

Além do Metrocable, a cidade de Medellín adotou um sistema de escadas rolantes para as favelas.
Além do Metrocable, a cidade de Medellín adotou um sistema de escadas rolantes para as favelas.

Em Medellín, na Colômbia, fica um dos teleféricos mais conhecidos do mundo, principalmente por sua utilidade pública. Inaugurado em 2004, o Metrocable liga os principais morros da cidade à região central, fazendo integração com o metrô da cidade. O sistema transporta cerca de 30 mil pessoas por dia e cobra uma passagem equivalente a R$2.

Alemão e paulista

No Brasil, há uma série de iniciativas semelhante em grandes cidades do país. No Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão conta, desde 2011, com o primeiro sistema de transporte de massas por cabos do país. Com 3,5 quilômetros, seis estações e 152 gôndolas, o Telefério do Alemão liga a estação Bonsuceso, integrada com a rede ferroviária da cidade carioca, ao topo do morro.

Os moradores do Alemão que se cadastram no sistema  têm direito a fazer duas viagens diárias gratuitas (ida e volta). Cada viagem adicional custa R$1. Para turistas, o valor é de R$5.

O Teleférico do Alemão transporta 12 mil pessoas por dia. 60% são turistas, que pagam um valor maior na passagem.
O Teleférico do Alemão transporta 12 mil pessoas por dia. 60% são turistas, que pagam um valor maior na passagem.

Outra comunidade carioca, a da Rocinha, está para ganhar um sistema semelhante. O plano dos governos federal, estadual e municipal é que seja construído no local um teleférico semelhante ao do Alemão com seis estações  que serão interligadas aos futuros pontos do metrô na Gávea e em São Conrado. As obras fazem parte das intervenções que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) pretende fazer nas favelas do Rio.

São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, é outro município que pode adotar o teleférico como meio de transporte. A prefeitura, inspirada nos modelos colombiano e carioca, projeta um teleférico interligado com corredores de ônibus e metrô – o Governo de São Paulo planeja a construção de uma linha ligando a estação Tamanduateí à cidade.