Chamada: Criado na Austrália, clube do livro sobre experiência do usuário está presente em oito cidades brasileiras

Projeto UX Book Club reúne grupos para estudar, em cafés, livrarias ou até praças de alimentação de shoppings

Assunto da moda em várias áreas é investigado em encontros descontraídos
Assunto da moda em várias áreas é investigado em encontros descontraídos

No início de 2008, em Sidney, na Austrália, foi formado o UX Book Club, um clube do livro dedicado à leitura e à discussão de títulos ligados ao tema “experiência do usuário” (em inglês, “user experience”, para o qual a sigla é UX). Os encontros tinham como pauta questões sobre como melhorar a experiência de quem usa qualquer serviço, por meio de uma interface, como aplicativos para smartphones* e sites da internet, ou também na vida off-line, em uma lanchonete ou banca de revistas. O atendimento e a maneira como o produto é apresentado são fundamentais para que o consumidor  se sinta mais ou menos satisfeito.

O interesse por esse tema levou o UX Book Club a se espalhar, logo no primeiro semestre de 2008, por outras 28 cidades mundo afora, como Nova York, Londres e Tel Aviv. A metodologia é a mesma de um clube do livro convencional: escolher um título para ser lido e fazer uma reunião para falar sobre ele.

Um dos livros que fizeram parte das discussões de BH, neste ano
Um dos livros que fizeram parte das discussões de BH, neste ano

Desde 2011, o formato está no Brasil e se espalha por oito capitais, como  Florianópolis, Salvador e Belo Horizonte. Na capital baiana, onde o grupo se reúne há mais tempo, uma média de 25 pessoas se encontra mensalmente em salas de reuniões cedidas por empresas locais e cada debate dura cerca de quatro horas. Em cinco anos, as reuniões já passaram por outros espaços, como praças de alimentação de shoppings, teatros, cafés e livrarias.

O clube atrai especialmente designers, publicitários, profissionais ligados à tecnologia e novas mídias e empreendedores.  Participante assídua há três anos, a publicitária Geisa Santos da Silva viu nas reuniões a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a experiência do usuário, um tema em pauta em diversos campos profissionais. “Nas empresas em que trabalhei, não havia abertura para dialogar sobre o assunto”, conta ela, que gosta de convidar amigos a conhecerem o grupo. “Vale a pena, porque, além de desenvolver um ritmo de leitura, visão crítica, conhecimento, há o networking de verdade”, avalia.

Reuniões são realizadas em oito capitais do Brasil
Reuniões são realizadas em oito capitais do Brasil

Em Belo Horizonte, o grupo foi criado  há dois anos pelo empreendedor Ândlei Lisboa. Ele foi um dos fundadores do UX Book Club em Salvador, ao lado do designer  Laert Yamazaki e não queria ficar longe do clube do livro na nova cidade.  Entusiasta das trocas de informações presenciais –  que, também em BH, podem acontecer em diferentes ambientes, como um café ou num escritório particular -,  Ândlei explica que o aprendizado coletivo se dá, não só nas reuniões mensais, mas também via internet. “Na página do Facebook, os membros enriquecem a discussão ao longo das semanas, compartilhando links de textos e vídeos ligados ao livro do mês”, explica.

Outra participação online esperada é a dos autores dos livros. O grupo de cada cidade sempre se mobiliza para tentar uma palavrinha dos escritores sobre sua obra. Assim, por meio de texto ou vídeo, já participaram: o brasileiro Caio Vassão, autor de “Metadesign”, a chilena Ester Pallarès, “Persuabilidade”

o austríaco Marc Stickdorn, “This is Service Design Thinking”.  “Papas do assunto contribuem com o diálogo e quem acaba de ler o primeiro livro sobre o assunto, também”, pondera Ândlel. E convida: “Quem quiser participar, seja profissional ou estudante de qualquer área, é bem-vindo. Haverá identificação, porque, afinal, todos são consumidores e querem ter a melhor experiência possível como usuário.”