Viajando o mundo colaborativamente
Escrevo esse texto durante o meu primeiro dia no turno da tarde da recepção do hostel Fu House, aqui em Bangkok, na Tailândia. Revezo com a Dede, uma indonésia, que faz o turno da manhã.
Durante as 48 horas de viagem até aqui –peguei um voo de São Paulo para Chicago, outro de Chicago para Tóquio e outro de Tóquio para Bangkok, com direito a passar duas madrugadas no aeroporto– conheci algumas pessoas que assim como eu, estavam vindo conhecer a Tailândia. Conversa vai, conversa vem, todas me perguntaram onde eu ficaria hospedada e quanto eu estava pagando pela diária. A expressão foi a mesma quando contei que trocaria trabalho por hospedagem.
Por mais barato que seja a moeda aqui (1 bath equivale a aproximadamente R$ 0,10), reduzir os custos da viagem foi uma das minhas principais metas depois de decidir que passaria três meses na Ásia. Comecei pela hospedagem, que é um dos principais gastos.
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Com a economia criativa acontecendo em todos os cantos do mundo, o que não falta são boas ideias protagonizadas por pessoas que não ficam paradas quando descobrem que podem suprir as necessidades do mundo usando os seus talentos e paixões. É o caso do Eric e do Riq que criaram a Worldpackers, uma plataforma que ajuda a gente a viver o sonho de conhecer o mundo em troca de compartilhar nossas habilidades. E, bom, já que estaria usufruindo de tudo de bom que a Tailândia tem a me oferecer, fiquei feliz em saber da oportunidade de me colocar a serviço para colaborar com a cultura local.
Uma dose de coragem a mais e pronto, já estava criando o meu perfil na plataforma e procurando hostels que pudessem me acolher. Entre seis tentativas, quatro hostels me responderam. Entre os quatro, dois me aceitaram: o hostel Fu House, no centro de Bangkok e o Himmapan Resort, na praia de Koh Phayam, no sul.
Se você também quer viajar o mundo de forma colaborativa, aí vão algumas dicas para você criar o seu perfil lá no site da Worldpackers:
Não tem ninguém igual a você no mundo – Tenho uma amiga que diz: “nossa identidade é igual a nossa impressão digital, única e insubstituível“. Por mais que existam milhares de perfis cadastrados na plataforma, cada pessoa tem uma história de vida e carrega saberes únicos. Isso significa que se você caprichar na descrição do perfil, ser autêntico e mostrar quem você é sem timidez, as chances de ser aceito pelos hostels é bem maior.
Você é um ser multipotencial – Não é porque você se formou em determinada profissão que possui uma única habilidade. Eu trabalho com comunicação, mas aqui no hostel Fu House, distribuo sorrisos e cuido da recepção pelo período de 6 horas diárias (com dois dias de folga na semana). Em troca, tenho hospedagem, café da manhã e lavanderia gratuita.
Organize sua agenda e entre em contato com os hostels com antecedência – Nem sempre os anfitriões estão de olho nas mensagens que chegam pela plataforma. Pode ser que eles demorem alguns dias para responder, então, fica a dica: aplique interesse em mais de um hostel ao mesmo tempo. Se um deles responder a tempo, você já tá no lucro!
Abra a cabeça – O mais legal de viajar para outros países é conhecer culturas diferentes. E não existe melhor forma de fazer isso do que conhecendo pessoas locais. Fazer parte do staff vai te proporcionar um conhecimento muito mais amplo sobre o país e sua cultura, já que estará em contato com eles o tempo inteiro.
Dê o melhor de si – Às vezes ficamos inseguros porque não dominamos totalmente o idioma local. Depois que aceitei que o inglês é a minha segunda língua (e a segunda língua dos tailandeses também), tudo ficou mais fácil: passei a aceitar o meu tempo de absorção da informação, deixei de ficar nervosa ao me expressar e passei a me comunicar melhor. Na dúvida, é só perguntar de novo. Aqui na Tailândia, um sorriso representa mais que mil palavras.
E então, qual é o seu próximo destino? Se quiser conhecer um pouquinho do que faço, é só vir aqui: www.mayaracastro.me ou no Instagram.