Jair Bolsonaro se dá mal por frase racista contra quilombolas

O Ministério Público Federal processou o deputado e ele foi condenado

O deputado Jair Bolsonaro
Créditos: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Abr
O deputado Jair Bolsonaro

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) não ficou impune após as suas declarações de cunho racista durante um evento, em abril deste ano.

“Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”, afirmou na época.

Os quilombolas responderam de forma contundente: “Não é possível aceitar que as pessoas ouçam um ataque dessa natureza e ainda o aplaudam. Bolsonaro é uma doença contagiosa e tem que ser retirado imediatamente do meio da sociedade”, disse a Coordenação Nacional de Articulação das comunidades Negras Rurais Quilombolas dois dias depois da declaração de Bolsonaro.

O Ministério Público Federal processou o deputado, pois a fala “ofendeu e depreciou a população negra e os indivíduos pertencentes às comunidades quilombolas, bem como incitou a discriminação contra esses povos”.

“O réu utilizou informações distorcidas, expressões injuriosas, preconceituosas e discriminatórias com o claro propósito de ofender, ridicularizar, maltratar e desumanizar as comunidades quilombolas e a população negra”, diz o MPF.

Segundo o processo 0101298-70.2017.4.02.5101, disponível para consulta pública, Bolsonaro “proferiu diversas frases de conteúdo intensamente racista, misógino e xenófobo contra as comunidades quilombolas e a população negra em geral”.

“As palavras proferidas pelo Réu não tiveram apenas o intuito de expressar opinião política, mas de ofender os povos quilombolas, além de outras minorias”, continua o MPF.

O pedido inicial pedia o pagamento de R$ 300 mil por danos morais coletivos, mas a juíza Frana Elizabeth Mendes limitou o valor para R$ 50 mil, que será revertido em favor do Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos.

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