Sérgio Cabral é condenado a 14 anos de prisão por corrupção

O ex-governador do Rio de Janeiro foi condenado a cumprir a pena em regime fechado

Sergio Cabral

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão em regime fechado, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A sentença é assinada pelo juiz Sergio Moro e acontece no âmbito da Operação Lava Jato, na Justiça Federal do Paraná.

A decisão é em primeira instância e ainda cabe recurso.

O texto da sentença afirma que Cabral pediu e recebeu vantagem indevida em contratos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), além de, com dinheiro da corrupção, comprar “bens e serviços com recursos vultosos em espécie e com estruturação de transações financeiras para prevenir a identificação delas pelos sistemas de prevenção e controle de lavagem de dinheiro no âmbito das instituições financeiras”.

Cabral recebeu R$ 2.700.000,00 em 2008 com a corrupção do Comperj. “Além disso, o crime insere-se em um contexto mais amplo, revelado nestes mesmos autos, da cobrança sistemática pelo ex-Governador e seu grupo de um percentual de propina incidente sobre toda obra pública no Estado do Rio de Janeiro”, diz a decisão.

“Não se pode ainda ignorar a situação quase falimentar do Governo do Estado do Rio de Janeiro, com sofrimento da população e dos servidores públicos, e que ela, embora resultante de um série de fatores, tem também sua origem na cobrança sistemática de propinas pelo ex-Governador e seus associados, com impactos na eficiência da Administração Pública e nos custos dos orçamentos públicos”, segue o texto.

A decisão ainda aponta para a “ganância desmedida” do ex-governador, que seria o líder do grupo condenado.

Moro condenou, além de Cabral, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho e Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, também pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pois eles “teriam participado dos acertos e da operacionalização do recebimento de valores”.

Já a esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, e Monica Araújo Macedo Carvalho, esposa de Wilson Cordeiro, foram absolvidas.

“Absolvo Adriana de Lourdes Ancelmo das imputações de crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro por falta de prova suficiente de autoria ou participação”, afirma a sentença. O mesmo motivo explica a absolvição de Monica Carvalho.

Leia a sentença na íntegra.

*Texto atualizado às 12h30

  • Leia mais: