Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, vira patrimônio da Unesco

O Cais do Valongo, na zona portuário do Rio de Janeiro, principal porto de entrada de escravos nas Américas ao longo de três séculos, recebeu neste domingo (9) o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

O reconhecimento da importância histórica e cultural deste sítio, localizado na zona portuária da capital fluminense, foi feito pelo Comitê do Patrimônio Mundial, ligado a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), em reunião anual que ocorreu em Cracóvia, na Polônia.

Com título, fica Cais do Valongo no mesmo patamar de importância histórica de outros patrimônios mundiais mais conhecidos, como o Campo de Concentração de Auschwitz

O título não se traduz em benefícios financeiros diretos, mas coloca o Cais do Valongo no mesmo patamar de importância histórica de outros patrimônios mundiais mais conhecidos, como o Campo de Concentração de Auschwitz, na Alemanha, e da cidade de Hiroshima, no Japão, que foram reconhecidos como locais de memória e sofrimento da humanidade.

O Brasil recebeu cerca de 4 milhões de escravos nos mais de 3 séculos de duração do regime escravagista, o que equivale a 40% de todos os africanos que chegaram vivos nas Américas, entre os séculos 16 e 19. Destes, aproximadamente 60% entraram pelo Rio de Janeiro, sendo que cerca de 1 milhão deles pelo Cais do Valongo.

O título tem o objetivo de reconhecer a importância do local e dos africanos que lá desembarcavam para a formação cultural, social e econômica do Brasil. E ainda a sua relevância para toda a humanidade como símbolo da violência que a escravidão representa.

Com informações da Agência Brasil