Brasil aprova terapias combinadas contra câncer de pulmão

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso combinado de pembrolizumabe –a imunoterapia anti PD-1 da MSD– e quimioterapia para tratamento de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) em estágio avançado ou metastático, a maior causa de mortes por câncer no mundo.

O Brasil é o primeiro país do mundo a aprovar o uso combinado dos tratamentos. A medida teve como base os resultados do estudo Keynote-189, apresentado na semana passada durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, e publicados simultaneamente no “New England Journal of Medicine”.

Na prática, todos os pacientes com câncer de pulmão avançado, poderão se beneficiar do tratamento
Na prática, todos os pacientes com câncer de pulmão avançado, poderão se beneficiar do tratamento

De acordo com o estudo, o uso de pembrolizumabe associado à quimioterapia, quando utilizado em primeira linha de tratamento, reduziu em 51% o risco de morte em pacientes com câncer de pulmão em comparação ao tratamento padrão com quimioterapia.

Os Estados Unidos começaram a fazer uso combinado de imunoterapia e quimioterapia no tratamento de câncer de pulmão com base nos resultados do estudo 21G (uma versão anterior do Keynote-189, que avaliou uma parcela menor da pacientes), de forma condicionada, ou seja, devido aos bons resultados do estudo, eles começaram a utilizar essa indicação, porém, aguardam aprovação do FDA (agência americana que regula remédios e alimentos) para o Keynote-189.

O Keynote-189, um estudo fase 3, demonstrou redução do risco de progressão da doença ou morte em 51% nos pacientes que utilizaram o tratamento quimioterápico combinado com pembrolizumabe versus quimioterapia utilizada como terapia única.

“Este é um novo paradigma de tratamento para pacientes com câncer de pulmão avançado. Os resultados do estudo [Keynote 189] falam por si e, com a aprovação da combinação, será possível oferecer a nova estratégia de tratamento para um número muito maior de pacientes”, diz o oncologista Vladmir Lima, do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica.

Pembrolizumabe é a primeira imunoterapia a prolongar significativamente a sobrevida de pacientes com CPNPC com histologia não escamosa em combinação com quimioterapia como tratamento em primeira linha.

O câncer de pulmão é considerado o mais comum e letal entre todos os tumores malignos. A estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para este ano é de 30 mil novos casos diagnosticados no Brasil, sendo o de não pequenas células o mais comum – correspondente a 85% de todos os casos. Nos Estados Unidos, 222 mil novas casos diagnosticados. O câncer de pulmão é o segundo tumor mais comum no país.