Uruguai venderá maconha nas farmácias em 2016

Diariamente, 18 mil pessoas consomem cannabis no Uruguai

Dois anos após a aprovação da pioneira lei que regula o mercado da maconha sob o controle do Estado, o Uruguai anunciou, na última quinta-feira, que duas empresas se responsabilizarão pelo cultivo de cannabis que será comercializada em farmácias de todo país. As vendas devem ser iniciadas em até oito meses.

A decisão coloca fim ao impasse que impedia o acesso da população através de estabelecimentos especializado desde agosto de 2014. Segundo autoridades do governo uruguaio, o tempo foi necessário para assegurar que não houvesse falhas que viessem a comprometer a política de drogas adotada pelos uruguaios.

Assim, nesta quinta-feira, após um processo de qualificação técnica e seleção realizada pelo Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (Ircca), foi anunciado a concessão a duas empresas, que obtiveram as licenças de produção e distribuição da maconha de uso psicoativo que, controlada pelo Estado, será vendida em farmácias.

Comercialização em farmácias ajudará distribuição de cannabis entre os usuários no país
Comercialização em farmácias ajudará distribuição de cannabis entre os usuários no país

Das 22 empresas que se propuseram a produzir a cannabis para venda, as duas escolhidas produziram até duas toneladas anuais do produto em uma área estatal na região sudoeste do país. Para evitar quaisquer transtornos ou incidentes, as empresas serão supervisionadas por segurança de gestão pública e também privada.

O grama de maconha custará cerca de US$ 1, preço pensado “com certa margem” para poder ser adequado ao que é o preço do mercado ilegal, explicou em entrevista coletiva o presidente da junta diretiva do Ircca, Augusto Vitale.

Cultivo doméstico

Por enquanto, até ser vendida nas farmácias,  existem duas formas de conseguir cannabis no país: desde 2014 tramita o projeto de cultivo doméstico, voltado aos usuários devidamente registrados que tem interesse de plantar determinada quantidade de maconha em casa. Também já funciona por lá os conhecidos clubes canábicos, cooperativas voltadas ao cultivo coletivo formado por um determinado número de sócios.

Assim, a regularização do sistema de farmácias contribuirá para o sistema de distribuição de maconha, que abastecerá a maioria dos usuários no país. Pesquisa recente revelou que aproximadamente 55 mil pessoas consomem maconha, eventualmente, por semana. Diariamente 18 mil.