‘Cidades Lentas’ trocam o ritmo do progresso pela qualidade de vida

Movimento Cittaslow propõe que os cidadãos diminuam a velocidade com a qual fazem tudo, desde comer até se relacionar com outras pessoas

O logo, um caracol, carrega a ideia central: diminuição da velocidade, aumento da qualidade de vida
O logo, um caracol, carrega a ideia central: diminuição da velocidade, aumento da qualidade de vida

O termo fast food deixou, há algum tempo, de representar apenas um tipo de comida para virar um símbolo da vida corrida que costuma se levar em megalópoles como São Paulo. Em outras palavras, virou sinônimo de vida sem qualidade.

A partir dessa constatação nasceu o movimento Slow Food, que propunha experiências gastronômicas mais saudáveis e melhor relacionadas com a comunidade e com o meio ambiente. Como uma espécie de evolução, o Cittaslow é um movimento que expande a filosofia da qualidade de vida e propõe que as cidades se comprometam com o “bem viver”. A ideia é estimular princípios como a preservação do meio ambiente, do patrimônio, das artes e da cultura, além da valorização das relações de sociabilidade, produtos e serviços locais.

A ideia surgiu quando, em 1999, o prefeito da cidade italiana Greve In Chianti, Paolo Saturnini, resolveu colocar em prática algumas iniciativas que caminhassem nesse sentido.  A partir daí, o projeto foi aprimorado e se expandiu para outras cidades pequenas. Formou-se então, a Associação do Movimento Cittaslow.

Pisando no freio

A Cidade Lenta de Castiglione, na Itália, é uma das que seguem os critérios do movimento
A Cidade Lenta de Castiglione, na Itália, é uma das que seguem os critérios do movimento

Outras cidades têm se interessado em experimentar o ‘bem viver’. Mas, para isso, é necessário seguir uma série de regras. Após se candidatar (e pagar uma taxa correspondente), a cidade passa a ser avaliada de acordo com os seguintes indicadores: Política Ambiental; Política de infra-estrutura; Tecnologias para a Qualidade Urbana; Exploração da produção interna; Hospitalidade e Consciência.

As ‘Cidades Lentas’ obrigatoriamente devem ter menos de 50.000 habitantes e, para serem aceitas, devem cumprir pelo menos metade dos critérios necessários. Para a Associação, o compromisso dos moradores é o principal responsável pelo cumprimento dos requisitos, e não a iniciativa municipal. Além disso, a intenção é que nenhum cidadão se sinta cumprindo um dever, mas apenas vivendo melhor.

Nesse ritmo, as Cidades Lentas já se espalharam por 25 países. Na página do movimento é possível conferir uma lista com todas as cidades da rede, além de saber mais sobre sua origem e a fórmula para transformar uma cidade em Cittaslow.