Entenda o desmatamento e a temperatura global com Tasso Azevedo

Por um lado, a cada minuto o equivalente a dois campos de futebol é cortado da Floresta Amazônica. Por outro, só em maio desse ano, o mês mais quente da história, quase sete mil pessoas morreram na Índia. Dois fatos críticos e, aparentemente isolados. Só que tudo, tudinho, está muito mais conectado do que imaginamos. Desmatamento e aumento da temperatura global são dois fatores daqueles que a gente sabe que vem rolando, mas não sente direto no dia-a-dia e, por isso, às vezes acabamos não dando lá o devido valor pra eles. Tasso Azevedo percebeu essas sutilezas escancaradas e os sinais que a Terra tem dado e vem direcionando sua vida na luta por espalhar a mensagem da urgência de mudança de atitude.

Tasso Azevedo esclarece questões sobre desmatamento ambiental

Ele, que é engenheiro florestal (e consultor e empreendedor social), coordena o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (OC), rede de 30 ONGs que monitoram mudanças climáticas. Mais: ele criou o Sistema Florestal Brasileiro, em 2003, plano que veio para analisar, entender e propor alternativas para reduzir o desmatamento da Floresta Amazônica, que corresponde a quase 12% das florestas do mundo. Nela, há 80% de área florestal coberta sendo que desses 20% já desmatados, 15% deles rolaram em apenas 30 anos. Foi nesse período de execução do Plano que Tasso se deparou com a questão do aumento da temperatura global e passou a abraçar a causa com força por entender que, sim, as florestas acabarem e a temperatura subir são dois fatores diretamente relacionados.

“O aumento da temperatura média e o desmatamento diminuem a umidade presente na atmosfera e com isso a mata fica mais vulnerável à queimadas”, ele explica, “Então, mesmo que deixássemos de devastar o bioma, o fogo poderia destruí-lo e isso afetaria todo o país porque vem da Amazônia a umidade que provoca chuvas no Centro-Sul e enche nossos reservatórios”. Lá em 2003, quando foi criado, o Plano propunha 144 ações que seriam tomadas pelo Brasil para frear a velocidade rápida com que a floresta vinha sendo destruída. Deu certo. Em 10 anos, a taxa de desmatamento da floresta caiu 75% o que, aparentemente, é um resultado positivo.

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