SP: apenas 4 dos 134 pontos avaliados têm água com boa qualidade

Dos rios e corpos d’água monitorados pela 'SOS Mata Atlântica', 51 (38%) apresentam qualidade ruim ou péssima e estão indisponíveis para qualquer uso

Um estudo feito pela SOS Mata Atlântica analisou a qualidade da água de 134 pontos de coleta distribuídos em rios, córregos e lagos de bacias hidrográficas do bioma no estado de São Paulo. Apenas 3% dos pontos avaliados têm qualidade boa, enquanto 59% estão em situação regular e 38% com índice ruim ou péssimo.

A pesquisa constatou que 51 pontos monitorados estão impróprios para o abastecimento humano, lazer, pesca, produção de alimentos, além de não terem condições de abrigar vida aquática. Nenhum dos locais analisados foi avaliado como ótimo.

51 pontos monitorados estão impróprios para o abastecimento humano

O levantamento foi realizado em mais de 20 municípios entre março de 2016 e fevereiro de 2017, com base nas coletas e análises mensais de água realizadas por voluntários. Esses grupos integram o programa “Observando os Rios”, por meio do qual a ONG capacita a população para o monitoramento da qualidade da água.

O programa ‘Observando os Rios’ capacita a população para o monitoramento da qualidade da água
Créditos: Yuri Menezes
O programa ‘Observando os Rios’ capacita a população para o monitoramento da qualidade da água

Para a especialista em Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, a causa principal da poluição dos rios monitorados é o despejo de esgoto doméstico, além de outras fontes difusas de contaminação, que incluem a gestão inadequada dos resíduos sólidos, o uso de defensivos e insumos agrícolas, o desmatamento e o uso desordenado do solo.

Na cidade de São Paulo, o monitoramento foi realizado em 56 pontos de coleta. Desses, 50% estão indisponíveis para uso, ou seja, com qualidade ruim ou péssima, 48,2% têm qualidade regular e apenas 1,8% apresenta qualidade boa.

Comparativo 2016-2017

O estudo comparou os resultados do monitoramento de 112 pontos fixos de coletas. Para as análises comparativas foram consideradas as médias dos indicadores mensais do Ciclo 2016 (de março de 2015 a fevereiro de 2016) e do Ciclo 2017 (de março de 2016 a fevereiro de 2017).

Os indicadores apontam uma diminuição de locais com qualidade ruim, passando de 45 (40,2%) para 41 (36,6%), mas um aumento de locais com água péssima, de um (0,9%) para dois (1,8%). O estudo também destaca um aumento na qualidade regular, passando de 63 (56,3%) para 65 (58%), e nos pontos com qualidade boa, de três (2,7%) para quatro (3,6%).

Na capital, os pontos com qualidade boa e péssima aumentaram, saindo de zero para um (2,1%), assim como o ruim, que antes era de 23 (48,9%), e passou para 24 (51,1%). Por outro lado, os corpos d’água com qualidade regular caíram, passando de 24 (51,1%) para 21 (44,7%).

O estudo na íntegra está disponível neste link.