Rede de supermercados se compromete com campanha de desmatamento na Amazônia

Campanha busca expor a ligação entre a carne vendida com a destruição da floresta, trabalho escravo e invasão de terras indígenas

Uma rede de supermercados de São Paulo anunciou na última quarta- feira, 30, sua política de compra de carne bovina e um plano de ação para monitorar e bloquear fornecedores envolvidos com desmatamento e violações de direitos humanos na Amazônia.

O anúncio é uma resposta à campanha Carne ao Molho Madeira, lançada pelo Greenpeace, e pode marcar o início de uma mudança de comportamento no setor varejista.

“O Pão de Açúcar está dando um passo na direção correta ao se comprometer com o Desmatamento Zero. Esta é uma clara sinalização a todos os seus fornecedores, e ao mercado como um todo, de que a carne que vem do desmatamento não é mais aceita pela sociedade”, reconhece Adriana Charoux, da campanha Amazônia do Greenpeace. “Vamos continuar monitorando o Grupo Pão de Açúcar para garantir o cumprimento da promessa. Falta agora que o restante do setor siga na mesma direção”, pondera.

O Greenpeace realizou ação em lojas do Pão de Açúcar para questionar a origem da carne vendida no supermercado. (Foto: Zé Gabriel/Greenpeace)
O Greenpeace realizou ação em lojas do Pão de Açúcar para questionar a origem da carne vendida no supermercado. (Foto: Zé Gabriel/Greenpeace)

Pelo fim do desmatamento, trabalho escravo e invasão de terras indígenas 

Em novembro do ano passado o Greenpeace publicou um relatório no qual analisou e ranqueou os maiores supermercados do país de acordo com suas políticas de aquisição de carne bovina da Amazônia. Dentre os três líderes do mercado, o GPA obteve a pior avaliação.

Por isso, ativistas de todo o Brasil foram às lojas do Grupo para expor a ligação entre a carne vendida em suas gôndolas com a destruição da floresta, trabalho escravo e invasão de terras indígenas.

A campanha contou com a participação dos próprios consumidores da rede, que foram cruciais para convencer a empresa a passar a exigir carne sem desmatamento de seus fornecedores.