Celebre a poesia de Ferreira Gullar: baixe trechos de sua obra

Esse texto poderia começar que incontáveis citações do poeta, dramaturgo, crítico de arte (e artista plástico) Ferreira Gullar, que nos deixou ontem, 4 de dezembro, numa manhã quente de verão, aos 86 anos.

Ferreira Gullar virou poesia ontem, 4 de dezembro de 2016

Entusiasmado provocador da alma humana e, sobretudo, da cultura brasileira, o autor maranhense mudou-se para o Rio de Janeiro ainda jovem, animado com as perspectivas artísticas que se inflamavam na capital carioca no final dos anos 50.

À frente de vanguardas culturais importantes, o autor foi determinante em momentos como o movimento neo-concreto. Nesta época, teve influência importante na produção de artistas como Hélio Oiticica, Lygia Pape, Frans Weismann, entre outros.

Sempre ligado às reflexões políticas profundas do Brasil, sofreu perseguição durante a ditadura militar de 1964 e exilou-se em países como Rússia, Peru, Chile e Argentina. Este foi o período em que nasceu “Poema Sujo”, considerado por parte da crítica literária como sua principal obra.

Entre as colaborações para a TV, o teatro e as experimentações com as artes plásticas, o autor nunca se desligou de sua verdadeira razão: a poesia. Em 2009, a editora José Olympio lançou “Toda Poesia”, livro que reúne trechos de diferentes momentos da produção poética do autor, em revisão assinada pelo próprio.

A editora disponibilizou em sua página um arquivo que permite ler e baixar trechos da obra. Para isso, basta clicar aqui, ler e entender uma das frases que, com razão, mais revelaram sua perplexidade diante do espanto que é existir: “a arte existe porque a vida não basta”.