Com vitória de Trump, distopia ‘1984’ volta a ser bestseller

O clássico de George Orwell “1984” sempre foi uma das maiores parábolas políticas sobre a dominação de governos totalitários. Agora, com a vitória de Donald Trump na presidência dos EUA e a polêmica sobre notícias falsas e “fatos alternativos”, o livro saltou de volta para a lista dos mais lidos.

Segundo o NY Times, a editora Penguin solicitou uma impressão adicional de 75 mil cópias para atender ao súbito pico nas vendas da obra de 1948 que, pelo visto, se mantém mais atual do que nunca. O livro saltou para a lista de mais vendidos subitamente em distribuidores como Amazon.

George Orwell: “1984” mais atual do que nunca.

De acordo com a publicação, leitores estão traçando paralelos entre as declarações contraditórias da assessoria de Trump com o conceito de “duplipensar”, definido em “1984” como a capacidade de aceitar simultaneamente duas crenças contraditórias. Como na frase: O Partido te mandou rejeitar a evidência de seus olhos e ouvidos”.

Os editores atribuem o pico de vendas diretamente à coletiva de imprensa Kellyanne Conway, que deu no domingo, dia 22, uma entrevista em que contestava fatos concretos, como o tamanho da multidão na posse de Trump. Ele definiu a discrepância como “fatos alternativos”, em um momento que pareceu retirado diretamente do livro de Orwell.

Outros livros de distopia, como “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, também apresentaram um pico de vendas em sites como Amazon.