Engenheiro salva rinocerontes ao transformar cocô em papel

Para salvar rinocerontes e oferecer renda a trabalhadores de uma vila indiana, o engenheiro de minas Mahesh Bora, 72 anos, teve uma ideia inusitada: transformar o cocô dos animais em papel.

O indiano teve a ideia após ler um artigo que falava sobre como o excremento de elefantes virava papel. A explicação é simples: os animais não digerem as plantas que comem. Logo, as fibras podem virar papel. O mesmo acontece com os rinocerontes.

Só havia um porém: esses animais eram vistos como um transtorno pela população porque não só comiam as plantações como as transformavam em banheiro. Em dez dias, os rinocerontes podem fazer 400 quilos de cocô, o que obriga os fazendeiros a fazer uma verdadeira faxina nos campos.

Indianas trabalham na elaboração de papel feito com cocô de rinoceronte
Créditos: RAQUEL
Indianas trabalham na elaboração de papel feito com cocô de rinoceronte

Isso faz com que esses animais sejam abatidos, inclusive durante caçadas a elefantes. Em 2014, no Estado indiano de Assam, 35 foram mortos.

Mahesh queria dar um jeito de preservar esses animais. Em casa, roubou o liquidificador da esposa, lavou o cocô de rinocerontes – que ele havia conseguido em um zoológico local –, bateu o que restou, coou com uma camisa que tinha e colocou a mistura em uma tela de arame.

O resultado? Papel com textura diferente, que pode ser usado em diversas aplicações, como álbum fotográfico, cadernos e caixas de joias. Assim estavam criadas as Indústrias Elrhino Eco, que hoje podem produzir 1.200 quilos de papel por mês e empregam trabalhadores locais.

Em parceria com qsocial