Na Pracinha: o resgate do espaço do brincar ao ar livre em BH

Foi no aconchego de um café cheio de pessoas pensantes, no centro-sul belo horizontino, que conheci Miriam Barreto e Flávia Pellegrini – mulheres de sotaque mineiro “miudim” e maternidades grandiosas.

Em nossa mesa, começamos falando sobre café e logo depois passamos a conversar sobre filhos: cada uma das moças é mãe de um par de crianças. Falam delas com orgulho ímpar, cabeça erguida e peito estufado. Sabem que, no fundo, o motivo da entrevista daquela manhã era uma consequência de suas ações estimuladas pela maternidade.

Flávia e Miriam são mães, publicitárias e fundadoras do coletivo Na Pracinha. O motivo da entrevista era o coletivo, mas durante o papo entendi que não falávamos de uma ação, mas de um contexto urbano. Elas trabalharam juntas, ficaram grávidas na mesma época e, em algum momento, durante o crescimento de suas crianças, perceberam juntas uma carência em espaços públicos recreativos em Belo Horizonte.

Crianças brincam em praça

Também perceberam que faltavam blogs com um ponto de vista prático, não apenas o subjetivo, sobre assuntos relacionados à maternidade e à infância. Além do fato de que a mídia tradicional se limitava a publicar, na maioria das vezes, apenas notas sobre peças infantis: muito pouco para o desenvolvimento de uma geração cercada por tantas paredes – tangíveis e virtuais.

“As programações que saíam na mídia se concentravam em shoppings e lugares fechados”, ponderou Flávia comentando sobre características de sua cidade, que acompanham a triste tendência brasileira de trocar o espaço de brincar pelo impulso do consumo.

Porém, em um passeio na Praça da Assembleia, a dupla teve a felicidade de poder começar a maturar um projeto. Começaram a avaliar e documentar pontos positivos e negativos de algumas praças da cidade através do olhar de mães de filhos pequenos, da forma mais funcional possível. Surgiram, depois de algum tempo e algumas publicações, pessoas que começaram a pedir para passearem junto com a dupla.

De forma despretensiosa, em algum dia elas anunciaram: “domingo de manhã estaremos na praça Floriano Peixoto”. O resultado? Um momento de socialização entre 27 famílias e a reflexão sobre a questão do espaço do brincar. Era claro que Belo Horizonte tinha uma carência de eventos com esse enfoque ao ar livre.

Confira a reportagem na íntegra clicando aqui.