4 motivos que mostram como as mulheres berberes estão à frente do seu tempo

Os berberes são os mais velhos habitantes do Norte da África. Reza a lenda que estão por ali já há mais de nove mil anos, resistindo bravamente às invasões de árabes (dos quais assimilaram a religião muçulmana), romanos, espanhóis e franceses.

Mesmo com toda a forçação de barra cultural dos colonizadores, os berberes mandaram um “I will survive” e permitiram que suas arraigadas tradições e idiomas fossem passadas de geração pra geração, criando ao longo dos anos o espectro plural das sociedades do Maghreb e de outros países cortados pelo Saara.

Talvez as grandes responsáveis pela perpetuação dessa cultura foram as mulheres, que não deixaram a peteca cair e repassaram aos filhos, netos e bisnetos todo o orgulho de ser um berber. Por isso, vamos aqui listar as razões pelas quais você deveria também cair de amores por essas mulheres maravilhosas, que sem querer são lançadoras de tendências.

1- Tatuadérrimas

Geralmente, as mulheres Berberes costumavam tatuar a testa, os pés, as mãos e a parte anterior das pernas com motivos geométricos. A tatuagem no rosto é intimamente ligada à estética e era uma forma de se destacar dentro das tribos. Já nas outras partes do corpo, significavam proteção contra maus-espíritos.

Mulher Berber do Marrocos e toda a autoconfiança que só uma tatuagem no queixo traz. (Foto de arquivo National Geographic, 1968)
Mulher Berber do Marrocos e toda a autoconfiança que só uma tatuagem no queixo traz. (Foto de arquivo National Geographic, 1968)

Durante a colonização do Norte da África pela França, diversas mulheres exageraram na dose da tatuagem facial, pois era uma maneira de manter os pervertidos soldadinhos franceses bem longe delas, já que eles eram mais chegados numa beleza óbvia e consideravam as tatuadas nada atraentes. Hoje em dia, a nova geração de garotas Berberes pouco fazem uso dessa tradição, já que o Islã não permite a prática. A invasão moderninha das tatuagens de setas remetem vagamente à proposta das Berberes….. Grandes trendsetters, não?

Uma berber julgando a sua modernidade. (via http://goo.gl/NfbuqW)
Uma berber julgando a sua modernidade. (via http://goo.gl/NfbuqW)

2- Rainhas dos Acessórios

Para as Berberes, o ditado de que “menos é mais” é tão insignificante quanto um grão de areia do Saara. Entre fileiras de mais de dezenas de colares, incontáveis pulseiras, adornos na cabeça e brincos que contrariam a gravidade das orelhas, os acessórios berberes remetem à riqueza, hierarquia tribal e, claro, ao puro embelezamento mesmo. Tudo feito por elas, que também são exímias tecelãs e ceramistas. O que não dá pra carregar no corpo, é levado para vender nos Souks – o que faz a alegria dessa pessoa que vos escreve (e, claro, da Elke Maravilha). Ponto pras Berberes novamente.

Mulher Berber assume: o minimalismo é elitista.
Mulher Berber assume: o minimalismo é elitista.
Maxi Brinco, Maxi Colar e Maxi Atitude. (Via http://goo.gl/7YOXKJ)
Maxi Brinco, Maxi Colar e Maxi Atitude. (Via http://goo.gl/7YOXKJ)
Tááá meu bem.
Tááá meu bem.

3- Alquimistas do óleo de Argan

Séculos antes dos laboratórios de cosméticos revelarem os benefícios do óleo de Argan para o mundo, as Berberes (principalmente as marroquinas) já usavam desse ingrediente para proteger e nutrir cabelos e pele contra as intempéries dos climas desérticos. De maneira 100% artesanal, as Berberes demoram cerca de oito horas para extrair 1 litro de óleo de Argan, técnica repassada por gerações e que hoje estão na farmácia mais próxima pelo preço mais absurdo.

Berberes marroquinas realizando a extração manual do óleo de Argan (via http://goo.gl/YjfYqK)
Berberes marroquinas realizando a extração manual do óleo de Argan (via http://goo.gl/YjfYqK)

4- Matronas no comando

As mulheres mais velhas são aquelas que fazem até o mais valente Tuareg tremer. Humoristicamente se auto intitulam como “tamghart” (numa tradução livre, algo entre velha e maracujá de gaveta) logo após o casamento do primeiro filho e, quando estão no fim da vida, são tidas como curandeiras e exímias contadoras de histórias. São elas também que realizam os partos das vilas, claro, sem presença alguma de homem na jogada. Para elas, o nascimento de uma criança é um processo intraduzível pela experiência masculina – verdade seja dita.

Badass Berber (Via http://goo.gl/dB7mNJ)
Badass Berber (Via http://goo.gl/dB7mNJ)
Respect, baby (via http://goo.gl/UOJVGZ)
Respect, baby (via http://goo.gl/UOJVGZ)
(via http://goo.gl/n9sRNM)
(via http://goo.gl/n9sRNM)
Típica Tamghart (via http://goo.gl/n9sRNM)
Típica Tamghart (via http://goo.gl/n9sRNM)

Veja mais em www.pangeaetc.com