Casal se torna nômade digital e conta como fazer o mesmo

A princípio, a história não é muito diferente de muitas que estamos acostumados a ver por aí. Trabalhando com algo que não gostavam e morando em São Paulo, Denny Serejo e Carolina Marques eram mais dois jovens infelizes com o rumo de suas vidas profissionais. Pensaram em “largar tudo” e dar uma volta ao mundo, mas acabaram optando por criar um estilo de vida sustentável como nômades digitais em vez de fazer uma viagem que, eventualmente, teria um fim.

Para conseguir viajar e trabalhar ao mesmo tempo, os diplomas de engenharia metalúrgica (dele) e administração de empresas (dela) foram praticamente abandonados. Os dois começaram a procurar, no final de 2014, trabalhos freelancer em sites como o Elance.

Berliner Dom, Berlim, Alemanha
Créditos: Picasa
Berliner Dom, Berlim, Alemanha

Mesmo sem uma formação específica nessas áreas, Denny começou a trabalhar com programação e Carolina com redação, tradução e edição de conteúdo. Como não sabiam se esse plano daria certo, os dois mantiveram seus empregos convencionais em São Paulo e iniciaram uma jornada dupla de trabalho que durou alguns meses.

Em fevereiro desse ano, os ganhos como freelancers superaram os salários, e a partida para começar a viver como nômade foi definida para maio, sem data de volta. Os clientes são de vários países diferentes e todo o trabalho é feito online, por isso os dois só precisam de uma conexão de internet para trabalhar de qualquer lugar do mundo.

A ideia inicial é morar um mês em cada lugar, priorizando países com o custo de vida baixo. O primeiro destino foi a Letônia, onde um mês de aluguel no centro da cidade saiu por 300 dólares. As próximas paradas serão definidas pelo caminho.

Liepaja, na Letônia
Créditos: Picasa
Liepaja, na Letônia

Para falar sobre a vida como nômade digital a dupla criou o blog Na Palma do Mundo. Há um ano eles nem sabiam que esse estilo de vida existia, por isso esperam poder inspirar e informar outras pessoas que ainda não o conhecem.

“Nosso objetivo é compartilhar os detalhes que queríamos ter encontrado quando estávamos pesquisando o mundo freelancer e o nomadismo digital “, comenta Carolina. Eles realmente contam tudo: onde e como conseguem trabalho, quanto ganham, como recebem pagamentos e quanto gastam para viver. Além disso, dividem as alegrias e dificuldades de forma sincera e realista.

“Não queremos falar que virar nômade digital é a solução para a vida de todo mundo; a ideia é dar informações confiáveis para quem tem esse sonho entender como (e se) é possível realizá-lo”, completa Denny.