De motorhome pela costa leste da Austrália

A Austrália não era para nós um destino como intercâmbio pela distância, pelo alto custo de vida e pelas limitações que o visto de estudante permitia. Com incessante busca em encontrar o lugar dentro de nossas expectativas, não teve jeito, apesar dos pontos negativos citados acima, as tamanhas qualidades que a Austrália oferece, vale qualquer esforço para viver naquele paraíso por um momento ou a vida inteira. E este foi nosso rumo por alguns anos…

O começo não foi fácil, era a primeira vivência em outro país com cultura heterogenia e sem conhecimento da língua inglesa, o que dificultou nossa desenvoltura no meio social. Um dia após o outro, as coisas começaram a acontecer, a comunicação foi melhorando consequentemente nosso ciclo de amigos aumentando e o principal, encontramos trabalho.

 [/img]

No dia seguinte partimos rumo ao Uluru é um dos símbolos mais emblemáticos da Austrália. Localizado no coração do Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, conhecido também como o segundo maior monólito do mundo. Fizemos a caminhada de 3 horas ao redor. A medida que você vai se aproximando do monólito você não é capaz de imaginar a tamanha beleza. Despendemos 2 dias em um acampamento perto do Uluru, desta forma não perderíamos por nada o nascer e o por do sol. Em diferentes momentos do dia, as cores mudam do rosa ao roxo ao vermelho-escuro, enquanto o céu reflete uma surpreendente paleta de cores. É surreal!

Coober Pedy next stop, esta localizada no sul da Austrália, foi criada em 1915, quando uma jazida de opala foi descoberta na região. A opala é pedra preciosa conhecida por produzir lampejos das sete cores do arco-íris é a pedra oficial da Austrália. Coober Peddy é uma cidade bem curiosa, por ser um lugar muito seco e quente, os mineiros começaram a construir casas subterrâneas, no inicio o objetivo era só encontrar um pouco de descanso do sol escaldante mas, no processo isso acabou criando uma pequena cidade para eles, onde é mais fresquinho.

É muito interessante imaginar uma vida lá debaixo, podemos encontrar hotel, bares e muito mais.

A cidade é famosa não só por seu charme rústico, quase primitivo, mas também por ser a “capital da opala do mundo”. Coober Pedy é responsável por fornecer nada menos que 70% da Opala da Terra.

O próximo destino esta localizado a 250 quilômetros ao norte de Adelaide, as Montanhas Flinders Rangers. Esta é uma região de picos escarpados cercados de natureza selvagem que se estende até as portas do Outback. É uma das principais atrações ao redor de Adelaide.

Dirigindo com o destino ao sul nos deparamos com a Great Ocean Road, em Victoria a estrada mais linda que já conhecemos.

Passamos pelos pontos de surfe famosos de Torquay e Bells Beach, pelos magníficos Twelve Apostles (Doze Apóstolos), além das belas cachoeiras e a exuberante floresta no Otway National Park. Foi realmente incrível andar por toda aquela estrada cercada de rochas despendidas naquele oceano sem fim.

E então chegamos em Melbourne, nos lembrou um pouco a Europa em relação ao clima e a arquitetura.  É um lugar fascinante com muito que fazer e conhecer.

O transporte é um grande facilitador, pois oferecem serviço gratuito você pode entrar e sair livremente do ônibus ou do bonde City Circle.

Não deixe de aproveitar a agitação do Mercado de Queen Victoria. E conferir a fileira de restaurantes, bistrôs e bares ribeirinhos, em ruas bem estreitas, conhecidas como becos de Queen Victoria. À noite, curtimos em um bar com banda ao vivo, é muito comum entre os pubs.

E o final do nosso pacote contrato pela agencia terminaria em Adelaide, a capital da cultura do sul da Austrália. Tivemos apenas um dia para aproveitar, porém recomendamos no mínimo 3 dias, pois tem muito o que conhecer desde parques botânicos, museus e muita historia. É um lugar com espirito jovem com muitas atrações o ano inteiro. Neste período, tivemos a sorte de prestigiar Adelaide Festival, um dos maiores eventos de arte no mundo, com muitas opções de entretenimento tal como teatro, gincanas, comidas típicas e tudo muito bem decorado. Vale a pena!

Agora seria o tão esperado momento de nossa viagem, conhecer o máximo de lugares pela costa da australiana com a motorhome.

De Adelaide pegamos um voo com destino a Gold Coast, quando chegamos lá nossa “casa ambulante” estava nos esperando para uma grande jornada. Foi uma experiência única poder dirigir nosso lar, foi como poder controlar nossos sonhos, parar em qualquer ponto que sentisse necessidade e foi difícil não parar com cada lugar maravilhoso que passávamos.

Começamos pelo sul de Brisbane e fomos para Byron Bay, localizada 770 km ao norte de Sydney e 160 km ao sul de Brisbane, a singela Byron Bay é um refúgio hippie que ainda preserva o estilo de vida que ficou famoso nos anos 70, transformando a cidade num point obrigatório de surfistas, intelectuais, artistas e principalmente turistas, que estão viajando pelo paradisíaco litoral da costa leste australiana. Ficamos um dia e uma noite o que nos permitiu conhecer a cidade, visitar o farol e aproveitar a praia.

Seguimos então para Gold Coast. Ficamos cinco dias com o intuito de aproveitar três dias nos parques temáticos como o aquático, da Disney, e o Movie Theater, é necessário pelo menos um dia para cada parque e na cidade aproveitamos apenas 2 dias.

Gold Coast é moderno com prédios altos espelhados, construídos ao redor de praias soberbas, a mundialmente conhecida “Surfers Paradise”. A vida noturna também é bem agitada com variedades de bares distintos o que instiga conhecer um a um.

A caminho de Noosa, uma parada obrigatória em Brisbane, passamos um dia e uma noite, andamos entre os parques de South Bank, que delicia poder estar ali naquele ambiente. Neste mesmo espaço você pode encontra uma linda piscina artificial, restaurantes e bistrôs aconchegantes, um passeio bem agradável. Ali pertinho você pode encontrar a Wheel of Brisbane, a roda gigante da cidade.

A charmosa praia de Noosa, era o próximo destino. Com uma atmosfera descontraída e nenhum edifício mais alto do que as árvores locais, o paraíso subtropical de Noosa é um local para relaxar de verdade. Porém, você pode encontrar algumas atividades como ir ao parque nacional e explorar a exuberante floresta.

 
 

Exploramos o Noosa National Park, o mais visitado de Queensland. Com muitas trilhas de caminhada pela mata e ao longo da costa que proporcionam vistas de tirar o fôlego.

Seguimos viagem para a maior ilha de areia do mundo com aproximadamente 120 km de comprimento por 15 km de largura. Já imaginou um paraíso? Pois imagine além do paraíso, conhecido como Fraser Island.

Para chegarmos ate lá paramos em uma pequena cidade chamada Hervey Bay e então uma agência de turismo nos buscou num ponto determinado com uma espécie de jipe muito grande o único veiculo capaz de atravessar a ilha, depois disso embarcamos numa balsa conhecida como “barges” para chegar até Fraser Island. É realmente uma beleza indescritível! O jipe passa por toda a extensão da praia, e depois pega uma trilha de difícil acesso, neste dia estava bem chuvoso e tinha muita lama o que dificultou ainda mais o trajeto. Entre muitos lagos, o Lago Mackenzie, foi o escolhido, este é o cartão postal da ilha com suas águas calmas e transparentes e sua sua orla de areia branca. Parece uma praia, só que de água doce e sem ondas. É magnifico!

 
 

Voltando para o ponto de partida, pegamos nossa motorhome e seguimos em direção a Rainbow Beach, é um lugar já não tão secreto quanto antes, pois devido a sua beleza especial agora já faz parte de vários roteiros turísticos. O nome deve-se à uma barreira de areias multicoloridas que acompanha a praia por toda a extensão. Em alguns trechos, observando-se da praia, a paisagem torna-se um tanto quanto Lunar, e as formações bastante curiosas. Rainbow Beach fica ao Norte de Brisbane em Queensland.

A praia é longa e aberta, de mar batido, e muitas vezes perigoso para os banhistas devido a correntezas fortes. Para Surf, é um excelente beach break com picos isolados em toda a extensão.

Esta praia tem toda uma beleza peculiar, ainda mais com uma vista panorâmica em que se pode observar fazendo uma trilha através da vegetação.

Ao longo da estrada, rumo a 1770, uma cidade bem pequena, com atrações para todos os bolsos, agradando desde os viciados em adrenalina, até aqueles turistas que desejam apenas relaxar e curtir alguns momentos de descanso.  Este foi um lugar em que encontramos um pouco de dificuldade para estacionar a van, por este motivo decidimos seguir viagem. A parada mesmo foi apenas para curtir a paisagem.

A mais de 600km chegamos a Airlie Beach uma cidade chamosa e vibrante, repleta de palmeiras, parques à beira-mar e restaurantes para refeições ao ar livre. Airlie Beach também é porta de entrada para as Whitsundays, as virtuosas 74 ilhas ao norte da Grande Barreira de Corais de Queensland. O clima tropical e quente de Queensland faz com que Airlie Beach tenha invernos amenos, perfeitos para atividades aquáticas o ano todo.

Airlie Beach sintetiza o estilo de vida praiano, relaxado e cosmopolita da Austrália. A Shute Harbour Road, a rua principal e mais importante de Airlie Beach, está cheia de restaurantes ao ar livre, bares e cafés. Durante a noite, aproveite para jantar ao ar livre com música ao vivo.

Não deixe de apreciar A Airlie Beach Lagoon que está bem no centro é o ponto, a lagoa está cercada por montes gramados, perfeitos para banhos de sol ou para encontrar uma sombra e ler um livro.

Arlie Beach foi um ponto de partida para as ilhas de Whitsundays, arquipélago composto por 74 ilhas localizado no nordeste da Austrália, banhado por agua cristalina e areia de sílica quase 1005 silica o que troca a areia branda e bem branquinha.

Optamos por um passeio na Ocean Rafting uma agênca de aventuras, o passeio era feito através de um barco estilo bote para rafting que fazia manobras radicais pelo o oceano enquanto curtíamos uma musica e observávamos a exuberante paisagem que nos cercava. O pacote nos proporcionava 1 refeição, parada em algumas ilhas e principalmente na mais conhecida Whiteheaven Beach e todo o equipamento para snorkeling. Foi algo surreal viver cada segundo naquele paraiso.

O próximo passo era chegar em Magnetic Island uma ilha de de fácil acesso, pois esta é localizada a frente da cidade de Townsville numa travessia de menos de 20 minutos de ferry boat. É possível também levar carro para a ilha, e nesse caso você tem que pegar a “Barge” ao invés do barco de passageiros.

Magnetic Island teve seu nome devido ao Capitão Cook ter notado que a bússola de bordo estava sofrendo um desvio ao navegar em torno dela. Por isso achou que de alguma forma a ilha era magnética e tinha algum mineral que provocava o desvio.

A ilha é incrível com praias belíssimas, com possibilidade de fazer muitas trilhas e aproveitar a noite com as festas típicas da região.

Tivemos a curiosidade de conhecer Mission Beach no caminho a Cairns, uma praia tímida, com beleza peculiar com suas areia de cor dourada. Vale a pena uma parada!!

Enfim Cairns, o destino tão esperado, um percurso bem longo desde que saímos de Arlie Beach, porém é valido cada momento despendido para chegar ate este encanto de lugar.

Cairns é uma cidade encantadora, com uma formidável infra-estrutura turística, cercada de pubs movimentados em que oferecem muita opção de drinks, restaurantes ao ar livre e para os amantes de esportes, Cairns disponibiliza pista de cooper e bicicleta, quadras de volley e prática de yoga.

Por ser perigosa algumas praias australianas pelo grande volume de agua viva letal chamada “Box Gelly Fish”, foram construídas piscinas artificiais no centro da maioria das cidades, a Lagoon é uma delas localizada em Cairns. Vale a pena para relaxar ou mesmo para aproveitar as aulas de hidroginásticas. Nas praias foram adaptadas uma espécie de rede e neste espaço você pode deleitar-se ao mar australiano e nadar sem nenhum perigo.

Em Cairns contratamos outro pacote em que estava incluso o passeio de veleiro até a grande barreira de corais, mergulho com o cilindro, almoço e lanchinho da tarde com direito a champanhe para brindar aquele momento único.

A Grade Barreira de Corais tem 2.300 quilômetros de extensão e é o maior sistema de recife de corais do mundo, além de abrigar uma rica vida marinha com as cores mais vibrantes. É um outro mundo ao mergulhar naquela imensidão de aguas cristalinas, se aproximar de animais exóticos e poder ver de perto tanta beleza, comtemplar!

Nos tínhamos exato 30 dias para fazer tudo o que queríamos, alguns lugares fomos breves e em outros aproveitamos mais tempo, mas mesmo assim conseguimos mais alguns dias para incluir Cape Tribulation.

Cape Tribulation abriga a maior floresta tropical da Australia o Daintree National Park, uma alternativa para todos os gosto, para aqueles querem apenas relaxar e apreciar a natureza ou para aquelas que gostam de praticar esportes radicais. Você pode encontrar muitas cachoeiras e longas praias arenosas grandes encostas rochosas, cadeias de montanhas íngremes recortados por numerosos riachos e rios. É incrível!

É importante tomar cuidar também, pois há muita sinalização para turistas se precaverem ao entrar no mar, há grande concentração de aguas vivas e crocodilos também.

Fizemos um caminha entre a vegetação do parque Daintree National Park , este é um dos mais significativos habitat de espécies raras, e um passeio de barco, vimos alguns animais típicos da região como cobra, pássaros e crocodilos.

Contudo o passeio com a motorhome foi uma experiência incrível, nos proporcionou realizar tudo que estava planejado em nosso roteiro e muito além. A Australia oferece estrutura para viajar com este tipo de transporte, pois há segurança por todo o trajeto em relação a qualidade das estradas, local para estacionar e dormir tranquilamente, além de chuveiro com agua quente em qualquer local que estiver.

Não há palavras suficientes para descrever todos os momentos que passamos, muitas vezes indagamos a nos mesmos qual lugar foi o nosso preferido, porém é uma pergunta que jamais saberemos responder, cada lugar na Austrália tem seu charme que compõe aquela beleza singular. Lá podemos encontrar o resultado de tanta perfeição. E nada poderia ter sido tão especial se não fosse à boa companhia. Rumo ao próximo destino!

Relato por Claudia Cancelieri