Trilhas cruzam interior de cânions na divisa entre RS e SC

Do alto, por baixo e pelo rio. Em Aparados da Serra, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, o que não faltam são roteiros para caminhar pelo interior de cânions.

Vista aérea do cânion Itaimbezinho, em Cambará do Sul

Localizada a pouco menos de 200 km de Porto Alegre, Cambará do Sul é uma das cidades que serve de base para visitar aquela cadeia de montanhas com 250 km de bordas de cânions, no maior conjunto do gênero da América do Sul, entre os Campos de Cima da Serra e o litoral.

Conheça detalhes das trilhas do rio do Boi, no cânion Itaimbezinho, e a do Tigre Preto, no Fortaleza.

Trilha do rio do Boi


A 44 km de Cambará do Sul, no Parque Nacional Aparados da Serra, o Cânion Itaimbezinho abriga essa caminhada com alto grau de dificuldade.

Oficialmente, são oito km de extensão (ou 12 km, de acordo com guias locais).

Vista da trilha pelo interior do cânion do Itaimbezinho, no Parque Nacional de Aparados da Serra

A caminhada começa fácil, em área plana e às margens do rio, e segue exigente sobre terreno irregular e com diversas travessias pelo rio.

Trilha do Tigre Preto

A 18 km de Jacinto Machado, em Santa Catarina, é a trilha menos explorada da região e tem ares mais selvagens. São raros os que se animam a caminhar por ali.

É uma alternativa para quem já fez a do Rio do Boi ou quer uma opção de caminhada menos puxada.

Trilha do Tigre Preto, no Interior do cânion Fortaleza

Ainda assim é uma trilha exigente de 18 km (ida e volta) e também com travessias pela água.

Às margens do rio Tigre Preto e em área mais aberta, o caminhante consegue visualizar com mais facilidade os paredões do Fortaleza, considerado o cânion mais profundo da região, com até mil metros de altura. Daí a origem do seu nome.

Outras trilhas

Trilha do Vértice, no Cânion Itaimbezinho

Cânion Itaimbezinho

trilha do Cotovelo
dificuldade: baixa
extensão: 6 km (ida e volta)
destaques: mata de araucária e mirantes em diferentes pontos de observação do cânion

trilha do Vértice
dificuldade: baixa
extensão: 1,5 km (ida e volta)
destaques: cachoeiras das Andorinhas (200 metros de queda, aproximadamente) e Véu de Noiva (480 metros)

Cânion Fortaleza

Trilha do Mirante, no cânion Fortaleza, no Parque Nacional da Serra Geral

trilha do Mirante
dificuldade: média
extensão: 3,4 km
destaque: Vista panorâmica do litoral e do ponto mais largo, entre uma borda e outra (2 km, aproximadamente)

 trilha Pedra do Segredo
dificuldade: média
extensão: 2,4 km
destaque: Com vistas parciais do Fortaleza, essa caminhada se destaca pela passagem sobre a cachoeira do Tigre Preto, em direção à pedra que dá nome á caminhada.

Trilha da Pedra do Segredo, no Cânion Fortaleza

 trilha Borda Sul
dificuldade: média
extensão: 14 km
destaque: Mais completa, essa caminhada pela margem sul do cânion é feita em campos de altitude com vista panorâmica do Fortaleza.

Cânion Malacara

piscinas do Malacara
dificuldade: 
baixa
extensão: 
6 km
destaque: 
piscinas naturais do Malacara e vista interior do cânion. Segundo guias locais, estão sendo negociadas aberturas de trilhas superiores, nos próximos meses.

Como chegar

O portão de início da trilha do rio do Boi fica a 44 km de Cambará do Sul, no limite entre essa cidade gaúcha e Praia Grande, em Santa Catarina.

Vista do Passo do S, N o Parque Estadual do Tainhas, a 40 km de Cambará do Sul

Vale lembrar que as trilhas do rio do Boi e do Tigre Preto só podem ser feitas com o acompanhamento de guia cadastrado.

Já a Trilha do Tigre Preto começa na catarinense Jacinto Machado, próximo à praia Grande, também em Santa Catarina, e com acesso pela Serra do Faxinal. O local está a 80 km de Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul.

Quando ir

Embora seja possível realizá-la durante todo o ano, a melhor época vai de setembro a março, quando as águas estão mais quentes e são melhores para banhos. Porém as piscinas e cachoeiras ao longo da trilha são alimentadas pelas águas dos Campos de Cima da Serra, que costumam ser mais geladas.

No entanto, a temporada de verão é conhecida pela viração, como é chamado o encontro da massa de ar quente que vem do mar com a umidade da serra, dando origem a esse fenômeno que é chamado também de serração.  O efeito daquelas nuvens densas sobre a boca do cânion pode ser lindo, mas é frustrante chegar até lá e não conseguir ver o seu interior.

O que levar

Não tem como escapar. Ambras trilhas são caminhadas em que o visitante tem que se molhar, obrigatoriamente, pois são diversas travessias pelos rios.

Por isso, não deixe de levar uma segunda muda de roupa para troca, após a caminhada.

Leve também proteção contra picadas de animais, lanche de trilha e água. É obrigatória a contratação de um guia cadastrado.

Quem leva

Para a realização desta matéria, o Viagem em Pauta foi acompanhado pelas agências E Passeios, cujos serviços começam em Gramado, Canela e São Francisco de Paula, destinos da Serra Gaúcha; e pela Coiote Adventure, empresa de Cambará que também oferece tours em cachoeiras, piscinas naturais do cânion Malacara e roteiros 4×4 em São José dos Ausentes.

Em parceria com Viagem em Pauta

O Viagem em Pauta é o projeto pessoal do jornalista Eduardo Vessoni, profissional que atua com turismo desde 2008 e já colocou os pés em todos os continentes.

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