Virado à paulista se torna patrimônio imaterial de São Paulo

O Virado à paulista, tradicional prato servido às segundas-feiras nos restaurantes, foi reconhecido como patrimônio imaterial do Estado de São Paulo.

O reconhecimento feito pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Governo do Estado de São Paulo) visa preservar a tradição e fortalecer sua importância do prato para a história do Estado.

Virado à paulista feito pela chef Mara Salles, do restaurante Tordesilhas
Créditos: Divulgação
Virado à paulista feito pela chef Mara Salles, do restaurante Tordesilhas

O Virado à paulista, originalmente composto por feijão engrossado por farinha de milho ou de mandioca e toucinho de porco, marcou a formação do território nacional. Sua origem data do século 17, na época do Brasil Colônia, como forma de alimentação nas monções e bandeiras.

Durante as expedições, alimentos como o feijão, a farinha de milho, a carne-seca e o toucinho chacoalhavam e ficavam “revirados”, dando origem à iguaria. A diversidade do território paulistano também está presente na história do Virado, que carrega alimentos de origens indígenas, portuguesas, africanas e italianas.

Com o tempo, a iguaria se modificou e ganhou arroz, bisteca, torresmo, couve, ovo frito, banana e linguiça, com algumas adaptações de restaurante para restaurante.

As justificativas do Condephaat para o reconhecimento do Virado giram em torno de sua importância nas viagens de expansão do território brasileiro. O prato agrega séculos de encontros de culturas, de tradições, de conhecimento e de prazer sensorial, que formaram a diversidade de São Paulo. Deste modo, ele pode ser considerado uma expressão da identidade cultural e da formação histórica e demográfica do estado de São Paulo e territórios vizinhos.