Governo federal e Rio assinam acordos para centros de pesquisas

Os governos federal e do Rio de Janeiro assinaram nesta quarta-feira (31) dois acordos de cooperação para repasse de recursos para centros de pesquisas no Estado, entre eles cinco centros nacionais de equipamentos multiusuários na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFF (Universidade Federal Fluminense), PUC-RJ, Inmetro e no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.

Governo federal e Rio assinam acordos para centros de pesquisas

Os laboratórios devem receber os recursos de 2018 a 2022 da Financiadora de Estudos e Projetos e da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). Ao todo, estão previstos R$ 25 milhões, segundo informações de Vinicius Lisboa, da Agência Brasil.

Em cinco anos, devem ser destinados ainda R$ 100 milhões para 19 institutos nacionais de ciência e tecnologia no Estado do Rio de Janeiro. Outro acordo prevê que, em três anos, R$ 24 milhões serão repassados para a implementação do Programa de Núcleos de Excelência (Pronex).

O presidente da Faperj, Ricardo Vieiralves de Castro, disse que “investir em ciência é afirmação de soberania, possibilidade de investir em bem-estar e um ato de humanidade”. E disse esperar que esse seja um “rito de passagem”, uma vez que o setor foi afetado de forma dura pela crise enfrentada pelo Estado.

Desculpas

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, pediu desculpas aos pesquisadores por transtornos e constrangimentos causados por atrasos no pagamento de bolsas e repasses para pesquisas. Pezão disse que não tem a intenção de afastar o governo dos pesquisadores e que considera que o Estado precisa da academia como nunca.

Governo federal e Rio assinam acordos para centros de pesquisas

“Peço desculpas a todos. Longe de mim querer atrasar uma bolsa, querer atrasar um repasse ou querer fazer que a gente perdesse cientistas ou pesquisadores. Peço desculpas pelos constrangimentos e transtornos”.

O governador voltou a destacar as dificuldades financeiras do Rio, que chegou a perder 26% da arrecadação. “O Estado quase foi à falência”, disse.

Ao receber uma das 348 bolsas outorgadas pelo programa Cientista do Nosso Estado, a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Elizabeth Macedo afirmou que não podia deixar de mencionar os problemas enfrentados nos últimos anos e defendeu que o modelo de pesquisa no país depende especialmente das universidades públicas e agências de fomento para funcionar e criticou o corte no orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações em 2017.

“Não podemos calar quando o financiamento da universidade e da ciência e tecnologia está em risco”, disse, acrescentando que “a redução de 19% do orçamento federal de 2018 em ciência e tecnologia vai nos cobrar em um futuro breve um preço muito alto, em termos econômicos, e principalmente no que tange às vidas humanas e nas condições em que podem existir”.

Com informações da Agência Brasil