Crianças de Aracaju têm aulas com professor desempregado

Ação de sergipano é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação

05/04/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:20

Um professor desempregado decidiu ensinar literatura às crianças de um dos bairros mais carentes de infraestrutura de Aracaju. A “sala de aula” é a calçada de uma casa localizada em uma rua sem pavimentação do bairro 17 de Março.

Crianças de Aracaju têm aulas de literatura com professor desempregado Luiz Carlos Nascimento
Crianças de Aracaju têm aulas de literatura com professor desempregado Luiz Carlos Nascimento

Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.

De acordo com reportagem do site G1, as aulas improvisadas acontecem uma vez por semana. As crianças sentam-se no chão, na falta de cadeiras e, depois, começam a desvendar os livros trazidos por Luiz Carlos Nascimento em uma sacola.

O material de apoio fica, ainda, exposto em um varal, à espera de outros possíveis interessados. “A literatura é a forma de despertar outros conhecimentos científicos, além de promover o prazer estético e dar asas à imaginação desses jovens leitores”, diz o professor.

Crianças de Aracaju têm aulas de literatura com professor desempregado Luiz Carlos Nascimento
Crianças de Aracaju têm aulas de literatura com professor desempregado Luiz Carlos Nascimento

A ação voluntária teve início em novembro de 2017. Até agora, 12 crianças integraram a iniciativa, enquanto seus pais estão trabalhando. “Educação é o meio de transformação sociocultural para a vida de cada uma dessas crianças, levando respeito, dignidade, conhecimento e independência financeira”, afirma Nascimento.

Sempre que pode, o desempregado retira dinheiro do próprio bolso para comprar lanches para os alunos, como forma de incentivar a permanência e atrair mais garotos e garotas.

“Quero ver a melhoria do bairro em que moro e dessas crianças, que muitas vezes vão à escola e não conseguem aprender o conteúdo”, explica Nascimento. “O que eu faço é com amor, com carinho e sou muito respeitado por elas, que serão os futuros homens e mulheres da nossa cidade. A maior recompensa é o prazer de contar histórias e contribuir no processo de alfabetização dessas crianças.”

O professor já trabalhou em escolas particulares e em programas do governo, mas atualmente sobrevive dando aulas de reforço em casa, além de “bicos” auxiliando outros professores. No mês anterior à reportagem, isso havia rendido a ele pouco mais de R$ 200.

Leia a reportagem completa no G1