Fernanda Young morre aos 49 anos

A causa da morte foi uma crise de asma seguida parada cardíaca

Fernanda Young deixa marido e quatro filhos
Créditos: Reprodução / Instagram
Fernanda Young deixa marido e quatro filhos

Aos 49 anos, a atriz, escritora e roteirista Fernanda Young morreu na madrugada deste domingo, 25, em Minas Gerais. A causa da morte teria sido uma crise de asma seguida por parada cardíaca.

A escritora estava no sítio da família em Gonçalves (MG), quando passou mal. Ela foi levada de ambulância para um hospital da cidade vizinha, Paraisópolis, onde a equipe médica tentou reanimá-la, mas ela não resistiu.

Fernanda deixa marido e quatro filhos. O corpo da escritora será velado e enterrado na tarde deste domingo.

A atriz se preparava para entrar em cartaz no dia 12 de setembro em São Paulo com a peça “Ainda nada de novo”, em que contracenaria com  Fernanda Nobre.

‘Estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe!’

Neste sábado, 24, ela publicou uma foto no Instagram contando que passava o texto do espetáculo.

Em outro post, Fernanda escreveu um texto e afirmou: “estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe!”.

“As pessoas me acham maluca, mas estou observando tudo – de dentro e de fora. Pensam que não percebo as suas falcatruas, mas ser gentil não significa ser otária! Trabalho feito uma vaca, pago essas merdas desses impostos, não vejo uso para eles, escuto que mamo em tetas do governo; divirto as pessoas, ofereço poesia, e lido com ignorâncias proferidas por um bando de escroto que mete Deus nos seus discursos hipócritas. Deito e levanto cansada porque nunca peguei um centavo de ninguém e tudo o que tenho é fruto de TRABALHO. Não herdei, não ganhei, nem sou sustentada! Tenho 4 filhos que estão aprendendo a serem éticos e livres. E o que ouço? É louca! O que vejo? A nossa cultura material e imaterial, a nossa língua, a nossa fauna, flora, sendo esganiçada, sacaneada, por ogros maléficos. Estamos virando uma gente porcaria, afinal ‘piorar é mais fácil’! E fica tão claro o oportunismo das ratazanas sorrateiras, que veem na “loucura do criador”, achando-nos dispersos, irresponsáveis, ricos, nesgas para sermos passados para trás! Comigo, não! Não! Sei reconhecer um lápis meu em meio a um milhão! Não estive “calada nos últimos 14 anos”, não aceito desaforo! Sou uma mulher de 50 anos que sonhou alto e realizou muito. E estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe! Aos que se interessam: bom proveito. Para os outros: estou pouco me lixando!”, disse.

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As pessoas me acham maluca, mas estou observando tudo – de dentro e de fora. Pensam que não percebo as suas falcatruas, mas ser gentil não significa ser otaria! Trabalho feito uma vaca, pago essas merdas desses impostos, não vejo uso para eles, escuto que mamo em tetas do governo; divirto as pessoas, ofereço poesia, e lido com ignorâncias proferidas por um bando de escroto que mete Deus nos seus discursos hipócritas. Deito e levanto cansada porque nunca peguei um centavo de ninguém e tudo o que tenho é fruto de TRABALHO. Não herdei, não ganhei, nem sou sustentada! Tenho 4 filhos que estão aprendendo a serem éticos e livres. E o que ouço? É louca! O que vejo? A nossa cultura material e imaterial, a nossa língua, a nossa fauna, flora, sendo esganiçada, sacaneada, por ogros maléficos. Estamos virando uma gente porcaria, afinal “piorar é mais fácil”! E fica tão claro o oportunismo das ratazanas sorrateiras, que veem na “loucura do criador”, achando-nos dispersos, irresponsáveis, ricos, nesgas para sermos passados para trás! Comigo, não! Não! Sei reconhecer um lápis meu em meio a um milhão! Não estive “calada nos últimos 14 anos”, não aceito desaforo! Sou uma mulher de 50 anos que sonhou alto e realizou muito. E estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe! Aos que se interessam: bom proveito. Para os outros: estou pouco me lixando! ⚔️ (Texto escrito no ônibus. Ganho para escrever. Aqui ofereço de graça e com erros. “Flagra” de @e.mym que postou a foto com uma legenda muito mais sábia.) 🖤

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Nascida em Niterói (RJ), Fernanda estudou na faculdade de letras da Universidade Federal Fluminense. Ela foi a roteirista das séries “Os Normais”, “Os Aspones”, “Minha nada mole vida e “O Sistema”. Também escreveu ao menos 14 livros, entre eles, “Pos-F”, “Estragos” e “A mão esquerda de vênus”.