Nuvem de poeira Godzilla está chegando na América. E agora?

Saiba o que é o fenômeno que viaja 10 mil km do Saara para as Américas

‘Nuvem de poeira Godzilla’. Esse foi o nome que deram para uma gigantesca mancha opaca que está encobrindo há dias parte do Oceano Atlântico. E para carregar a denominação de um monstro fictício conhecido no mundo todo é porque ela promete causar um grande rebuliço no planeta.

A ‘nuvem de poeira Godzilla’, captada por satélites do NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos)
Créditos: Reprodução/NOAA
A ‘nuvem de poeira Godzilla’, captada por satélites do NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos)

Nas imagens capturadas por satélites, é possível ver uma nuvem marrom que vai da África até o Caribe e cobre os tradicionais azul e branco já vistos antes por satélite. Segundo especialistas, trata-se de um fenômeno recorrente a cada ano, mas que parece ter se intensificado em 2020.

Além da ‘chuva de gafanhotos’, mais uma novidade pra série do fim do mundo neste ano, né, galera?!

No Caribe, os efeitos já são sentidos. Em vários países existe a recomendação para que os cidadãos usem máscaras e evitem atividades ao ar livre, por conta da grande quantidade de partículas no ar. Para se ter uma ideia, os navios também foram advertidos sobre a baixa visibilidade para navegação.

De acordo com Olga Mayol, especialista do Instituto de Estudos de Ecossistemas Tropicais da Universidade de Porto Rico, a nuvem tem a concentração mais alta de partículas de poeira observadas na região em comparação dos últimos 50 anos.

O QUE É ESSA NUVEM, AFINAL?

Uma massa de ar seco que está carregada de partículas de areia se forma sobre o deserto do Saara no final da primavera, no verão e no começo do outono no Hemisfério Norte, todos os anos, e geralmente se desloca em direção ao Oeste sobre o Oceano Atlântico a cada três ou cinco dias.

Quando ocorre, costuma ser de curta duração, geralmente em torno de uma semana. Contudo, em 2020, surgiram  ventos suaves em certas épocas do ano que tornaram mais propenso o cruzamento da nuvem para o Atlântico.