Arquiteto premiado constrói casas para refugiados

O arquiteto japonês Shigeru Ban, conhecido por fazer construções de papel, está se dedicando a mais um projeto social relevante: 20 mil casas para refugiados de Kalobeyei, no noroeste do Quênia, todas de baixo custo e ambientalmente corretas.

Vencedor do prêmio Pritzker Architecture 2014, o Oscar da arquitetura, o profissional minimalista também é conhecido por usar materiais reciclados em suas construções de emergência, como papelão, madeira, tubos de papel e plásticos.

Não à toa, há duas décadas, o japonês se dedica a visitar locais prejudicados por acidentes e desastres naturais para entender as necessidades das vítimas e construir obras comunitárias à população.

Em seu histórico, estão construções de abrigos de refugiados em Ruanda, após o genocídio de 1994, e no Nepal, após o terremoto de 2015.

O arquiteto também criou casas de papel reciclado no Japão, na Turquia e na Índia.

Repartições feitas de tubos de papel e cortinas para receber famílias desabrigadas de um terremoto em Camerino, na província de Macerata, na Itália, em 2016

No Quênia, Ban está trabalhando em parceria com a ONU (Organização das Nações Unidas) para projetar habitações ecologicamente corretas e simples o suficiente para que a população mantenha e replique seu modelo. “Meu objetivo é usar materiais ecológicos disponíveis nos arredores e contar com a contribuição da comunidade de refugiados na concepção do design”, afirma.

Em Kalobeyei, no entanto, o arquiteto terá desafios particulares para desenvolver o projeto. Devido à chegada em massa de refugiados, as paredes de muitas casas começaram a se desgastar. A falta de água, o calor, o desmatamento e as enchentes são entraves que devem ser consideradas.

Segundo a organização, atualmente há 400 mil refugiados no local, quantidade que, infelizmente, ainda deve aumentar. Somente em 2017, 17 mil pessoas chegaram a esta região do Quênia.

Abrigos com banheiros individuais construídos para vítimas de um terremoto em Manta, no Estado de Manabí, no Equador, em 2016

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Casas temporárias feitas de madeira para famílias desabrigadas, após terremoto em Kumamoto, na ilha de Kyushu, no Japão, em 2016

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.

Em parceria com qsocial