Holanda transforma papel higiênico usado em asfalto

Na Holanda, onde o papel higiênico usado é descartado no vaso sanitário, duas empresas desenvolveram uma forma de recuperar as fibras do papel e transformá-las em matéria-prima de asfalto.

Esse novo asfalto foi primeiro testado em um quilômetro de uma ciclovia localizada na província de Friesland, mas já está sendo aplicado em outros lugares.

Funciona assim: a fibra do papel, presente no esgoto, é retida por filtros instalados em uma estação de tratamento; em seguida, é limpa e esterilizada a altas temperaturas.

O material resultante, de aspecto macio, pode então ser reutilizado não só na produção de asfalto, mas também de bioplástico e materiais de construção. O projeto, chamado de Cellvation, dá um destino alternativo para um resíduo que normalmente é incinerado.

As fibras de celulose do papel são recuperadas e tratadas…

Créditos: Picasa

…e viram parte de asfalto; se não contassem, ninguém saberiaOutro benefício da remoção do material suspenso na água do esgoto é que isso reduz a quantidade de lodo para eliminar, além de diminuir custos de manutenção dos equipamentos da estação de tratamento.

Os holandeses jogam o equivalente a 180 mil toneladas de papel higiênico na privada a cada ano. Segundo a empresa, o papel usado pelos holandeses é de boa qualidade e, portanto, as fibras obtidas também são.

O Cellvation, desenvolvido pela CirTec em conjunto com a KNN Cellulose, teve início em junho e ainda é considerado um piloto, pois ainda será preciso viabilizar a produção em grande escala. São retirados 400 quilos de fibras de celulose por dia. Cada tonelada de asfalto utiliza três quilos de fibras de celulose.

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Rua de asfalto mais duradouro, com fibras de papel

A CirTec foi premiada pela Aquatech Innovation Awards, que reconhece as mais promissoras tecnologias para a água, por ser um exemplo de economia circular.

As instalações da Cellvation foram subsidiadas pela União Europeia e fazem parte do consórcio Smart-plant, uma iniciativa que busca melhores soluções para o tratamento de esgoto por meio de tecnologias de baixa emissão de carbono.

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.

Em parceria com qsocial