Maior regata do mundo navega contra o plástico nos oceanos

Há muitas maneiras de lutar pelo meio ambiente: uma delas é velejar. E, de fato, navegar é preciso para enfrentar a Volvo Ocean Race, maior regata do mundo que percorre mais de 80 mil quilômetros ao longo de quatro oceanos, com paradas em 12 cidades – entre elas, a de Itajaí (SC), onde os competidores aportaram neste 5 de abril. Além da disputa pela liderança, está em jogo, na edição de 2017/2018 da competição, um embate ainda mais importante: a corrida contra o plástico nos oceanos.

A sustentabilidade é uma preocupação marcante da regata, que acontece a cada três anos. O evento conta com a participação não só de esportistas mas também de pesquisadores e ativistas, que integram conferências e programas educacionais e coletam dados científicos.

Ou recolhem plástico. Sim, essa é a missão associada à disputa atual entre os velejadores. Na verdade, a uma equipe em especial, a Turn the Tide on Plastic, ou vire a maré do plástico.

Sabemos que 8 milhões de toneladas do material invadem as águas oceânicas todo ano. No entanto, grande parte desse montante colossal se dissolve em micropedaços, tornando-se extremamente complicado o mapeamento de seu destino.

A corrida da Volvo Ocean Race neste ano é contra o plástico nos oceanos
Créditos: Ainhoa Sanchez/Volvo Ocean Race
A corrida da Volvo Ocean Race neste ano é contra o plástico nos oceanos

Clique aqui e conheça o projeto As Melhores Soluções Sustentáveis

Coletar amostras da água para dimensionar o estrago marítimo feito pelos microplásticos é o que norteia a embarcação do time do Turn the Tide. A bordo, ela carrega uma unidade de amostragem desenvolvida pela empresa alemã de tecnologia marinha SubCtech. As coletas são analisadas por cientistas do Geomar, instituto de pesquisa marinha da Alemanha.

Nas primeiras amostras, esses especialistas detectaram a presença dos microplásticos nas águas dos oceanos Atlântico, Índico e Antártico e do Mar Mediterrâneo. Eles estão por toda parte e podem contaminar espécies que servem de alimento ao ser humano, como o atum.

Medições à parte, a velejadora brasileira Martine Grael, campeã olímpica e filha do bicampeão olímpico Torben Grael, chega a Itajaí em terceiro lugar nesta etapa da Volvo Ocean Race. No pódio da sustentabilidade, trata-se de uma regata em que todos saem ganhando.

Leia mais: Larvas de mariposa conseguem comer plástico

Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.

Em parceria com qsocial