Dimenstein: militares vão acabar pedindo a renúncia de Bolsonaro

Os vazamento dos áudios da conversa entre Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno revelam o clima de barraco em que se converteu o governo.
Nunca se viu em nenhum início de governo tanta bagunça.
Isso num governo composto por militares, conhecidos pela disciplina.
Bolsonaro é atacado por todos os grandes veículos de comunicação conservadores: Veja, Folha, Globo e Estadão.
Os empresários, em conversas reservadas, mostram insegurança com o estilo presidencial – alguns deles já se aproximam do vice Hamilton Mourão.
Até mesmo dentro do PSL, partido de Bolsonaro, surgem críticas.
Algumas delas vêm de campeões de votos como Janaína Paschoal, Joice Hasselmann e Major Olímpio.
A forma como se processou a demissão de Bebianno, com um filho chamando o ministro de mentiroso,
foi desastrosa – e mostra a dificuldade de lidar com conflitos.
Bolsonaro ainda tem um crédito de confiança.
Está no início de governo – e ainda tem tempo de arrumação.
Mas a desconfiança generalizada sobre sua habilidade de gestão já está instalada.
Aposto: se ele não vencer a guerra da reforma da previdência, os militares que estão no Palácio do Planalto vão pressionar por sua renúncia.
Ou torná-lo uma figura decorativa.