Dimenstein: mudanças de Bolsonaro na Lei Rouanet não são ruins

 

Sempre apoiei a Lei Rouanet por dois motivos,  apesar de todos seus problemas.

  1. É  um mecanismo para alavancar maior acesso à cultura.
  2.  Ativa a economia criativa, gerando empregos.

O que me incomoda é como Bolsonaro usou a Lei Rouanet para mentir  nas eleições.

Era Fake News apresentar a lei como uma mamata das esquerdas.

Afinal, qualquer um pode usar esse benefício, bancado com dinheiro descontado dos impostos das empresas.

A ideia transmitida era que o governo escolhia seus amigos e lhes dava dinheiro.

Mentira. Não é assim que funciona.

Uma comissão autoriza o beneficiário a ir atrás de um patrocinador.

Com base na histeria, prometiam acabar com a Lei Rouanet.

Feitas essas ressalvas, digo:  Jair Bolsonaro apresentou hoje algumas mudanças que não são ruins.

Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobras e BNDES vão patrocinar projetos de novos artistas.

A Orquestra Sinfônica de Petrobras e o excepcional Grupo Corpo, de Minas,  por exemplo, não seriam afetados.

Não acho ruim esses grandes patrocinadores públicos investirem menos  no eixo Rio-São Paulo, estimulando novos talentos.

O valor máximo que uma produtora pode arrecadar por projeto cai de R$ 60 milhões para R$ 10 milhões.

Os ingressos gratuitos, que eram de 10%, passam a ser algo entre 20% e 40%.

Boa ideia oferecer mais ingressos gratuitos.

Assim como aumentar o número de projetos financiados.

Mas me preocupa o patrocínio das Orquestras Sinfônicas,  Masp,  Bienal, Museu da Língua Portuguesa, Museu do Futebol.

Sem apoio incentivados, esses projetos estão ameaçados.

Projetos  de grandes de museus que tornam a arte e a cultura acessíveis devem ser preservados.

Ainda tenho de analisar os detalhes quando surgirem, mas tudo o que signifique acesso maior à cultura terá meu apoio.