Dimenstein: para guru de Bolsonaro, jornalista é inimigo do povo

Essa frase acima não teria maior importância não fosse de autoria de Olavo de Carvalho, guru do clã Bolsonaro, responsável pela indicação de dois ministros.
Mais: se essa não fosse uma tendência em países como Turquia, Venezuela, Polônia, Hungria e mesmo Estados Unidos, onde Trump, investigado por uma série de irregularidades, apresenta a mídia como “inimiga do povo”.


Apenas reforça o temor de que uma visão autoritária sobre a imprensa domine a gestão Bolsonaro.
Já existem uma série de sinais esparsos.
Há rumores de que, apesar de estar longe de Brasília, Carlos Bolsonaro, que chefiou as mídias sociais do pai durante a campanha, terá forte influência na secretaria de comunicação da presidência através de Floriano Amorin.
Veja a visão que Carlos tem da imprensa.

O jornalista Bruno Abbud, da revista Época, das Organizações Globo, registrou um Boletim de Ocorrência após receber ameaças ameaças nas redes sociais.

Segundo filho do presidente eleito, Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) está na vida pública desde os 17 anos
Isso porque, há algum tempo, o repórter estava escrevendo um perfil sobre o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). O que não agradou o segundo filho do presidente eleito, que usou sua conta no Twitter para dizer que sua vida está sendo vasculhada.

Na publicação, o parlamentar desejou “boa sorte” ao jornalista e pediu a seus seguidores que não dessem “bola”. Suficiente para motivar uma onda de ataques contra o autor do texto nas redes sociais.
Esse B.O apenas aumenta a sensação de que a família Bolsonaro tem dificuldades em lidar com a liberdade de imprensa.
O presidente eleito já disse que iria tirar a Folha de S. Paulo das verbas oficiais e fez ataques à Rede Gobo.
Na sua diplomação referiu-se ao contato direto com a população sem intermediário – o que foi um recado para os meios de comunicação.
Minha visão é simples: jornalistas e jornalismo cometem erros. Mas, sem eles, não há transparência. E sem transparência não há democracia.