Dimenstein: transtorno psicológico de Bolsonaro explica crise

Há um dado não desprezível na crise envolvendo a demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência: um transtorno mental evidente de Jair Bolsonaro.
Nome do transtorno: paranoia.
Definição publicada no site da InfoEscola.

Nesta patologia, o indivíduo desenvolve uma desconfiança ou suspeita exacerbada ou injustificada de que está sendo perseguido, acreditando que algo ruim está para acontecer ou que o perseguidor deseja lhe causar mal.

Isso explica, por exemplo, por que Bolsonaro é fã de teorias conspiratórias. Ou se recusava a andar de avião particular durante a campanha, achando que iriam sabotá-lo.

Ou porque insiste, apesar da falta de evidências, que Adélio Bispo deu-lhe uma facada agindo a mando de alguma organização de esquerda.

Seu guru, o filósofo Olavo Carvalho, é um exemplo de veneração a teorias conspiratórios. Obama, segundo ele, teria sido um agente russo; a família real britânica teria vinculações com o Estado Islâmico; o aquecimento global é um complô para acabar com o capitalismo.

Bolsonaro deu uma bronca em Bebianno por ter uma reunião com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo, no Palácio do Planalto.

O presidente está convencido de que seu secretário-geral vazava informações para a Globo.

Daí teria surgido as revelações sobre as contas de seu filho Flávio.

Sabendo dessa paranoia, Bebianno disse a amigos:

“Perdi a confiança no Jair. Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil.”

Loucura, no caso, seria como Bebianno chama paranoia.

Carlos alimenta a paranoia do pai – e é alimentado pela paranoia do pai.

Ele escreveu que a Globo apenas critica o governo porque quer dinheiro público.

O que significa chantagem.

Também disse que eles torceram pela morte do pai.

Chegou a insinuar que Mourão também teria interesse na morte de Bolsonaro.

Sempre vai aparecer a paranoia Globo: Mourão recebe em seu gabinete jornalistas da Globo.

Logo, estaria aliado a inimigos.

Aliás, uma das razões que levou Bolsonaro a convidar o vice foi uma teoria da conspiração.

Ele achava que o Congresso iria logo promover um impeachment.

Mas pensariam duas vezes antes de colocar na presidência um general que já tinha defendido, na ativa, uma intervenção militar.

Para resumir o ambiente paranoico, basta conhecer uma revelação da Veja:

Uma nota publicada hoje por Lauro Jardim, do O Globo, informando que Carlos tinha ambição de inspirar um serviço secreto paralelo de espionagem.

Seria montado com com delegados e agentes da PF de sua confiança.

Desfecho do projeto, segundo o colunista do O Globo:

O general Augusto Heleno vetou a maluquice.

Um filho de presidente, sem cargo, querer montar um serviço secreto revela uma anomalia de quem vive em estado de paranoia, criando uma realidade paralela.

Mas Carlos não teria a ideia sem buscar alguma inspiração e autorização do pai.