Lição dos jornalistas a Bolsonaro é uma banana às suas ameaças

No seu discurso de vitória, Jair Bolsonaro ameaçou a Folha:

“A Folha de S.Paulo é a maior fake news do Brasil. Vocês não terão mais verba publicitária do governo”, afirmou ao público, sob gritos da plateia. “Imprensa vendida, meus pêsames.”

Dias depois, no Jornal Nacional, voltou ao ataque:
“Por si só esse jornal se acabou. Não tem prestígio mais nenhum. Quase todas as fake news que se voltaram contra mim partiram da Folha de S. Paulo. Inclusive a última matéria, onde eu teria contratado empresas fora do Brasil, via empresários aqui para espalhar mentiras sobre o PT. Uma grande mentira, mais um fake news do jornal Folha de S. Paulo, lamentavelmente”, disse Bolsonaro.

Neste domingo, a Folha mostrou que deu uma monumental banana às ameaças do presidente.

Até agora, o que se acabou foi a imagem de honestidade do Governo Bolsonaro.

Fez uma reportagem que envolveu a cúpula de seu governo, mostrando o desvio de dinheiro eleitoral.

A Folha já tinha publicado, dias antes, uma reportagem mostrando como o ministro do Turismo, Álvaro Antônio, desviou dinheiro público em sua campanha eleitoral

O problema é que Jair Bolsonaro não conhece nem a Folha em particular. Nem a imprensa.

O presidente vem recebendo devastadoras reportagens de O Globo, Veja, Estadão, Época, além da Folha.

Para os jornalistas sérios, mais importante do que receber verbas publicitárias oficiais, é manter os laços de confiança com os leitores.

Os jornalistas sabiam há muito tempo que a imagem ética de Bolsonaro não se sustentaria.

Como não se sustentou a imagem de Collor ou Lula.

Os jornais não podem arriscar sua imagem por causa de uns trocados.

Daí que a melhor coisa é dar uma banana às ameaças.