Ministro de Bolsonaro pede ao STF parar investigação do laranjal

Para um partido quem sempre defendeu o fim do foro privilegiado não é uma iniciativa exemplar.

O ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio – assim como já fez Flávio Bolsonaro – pediu ao STF suspender a investigação sobre seu envolvimento com candidatas-laranja em Minas.

A investigação já ocorre em Minas – mas o ministro quer ser julgado pelo STF.

Uma mensagem no WhatsApp complicou ainda mais a vida do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, acusado de desviar recursos públicos para sua campanha eleitoral.

A deputada Janaina Paschoal já pediu a demissão do ministro.

Motivo: então presidente do PSL em Minas, Marcelo cobraria um dinheiro de candidatas de fachada.

Na mensagem do WhatsApp, um assessor do ministro – Haissander de Paula – pede dinheiro de volta a uma das candidatas: Cleuzenir Rocha.

Segundo a Folha, essa mensagem desmonta a versão do ministro.

Ele disse que Cleuzenir nunca tinha apresentado qualquer índício de irregularidade.

Se ele não cair não é por falta de fatos.

Existe aqui uma testemunha chave: Cleuzenir Rocha, uma professora aposentada.

Cleuzenir Barbosa
Cleuzenir Barbosa

Se o caso das candidaturas-laranja foi um dos responsáveis pela demissão de Gustavo Bebianno da secretaria-geral da Presidência, essa reportagem publicada agora pela Folha vai levar junto o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio.
Candidatura-laranja funciona assim: a pessoa repassa o dinheiro que recebeu do fundo partidário para outro candidato. Ou seja, lavagem de dinheiro.
A Folha entrevistou uma “laranja”, candidata a deputada estadual pelo PSL em Minas Gerais, presidido pelo Álvaro Antonio: a professora aposentada Cleuzenir Barbosa.
Ela afirma que havia um esquema de lavagem de dinheiro.
Mais importante: segundo ela, o atual ministro do governo de Jair Bolsonaro sabia da operação.
“Era o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o esquema. O dinheiro viria para mim e retornaria para eles”, afirmou em entrevista à Folha.

Trecho da entrevista:

Como a sra. virou candidata? Sou de uma família cristã e a gente sempre fez trabalho social. Decidi aceitar o convite para sair candidata para ampliar o trabalho que já fazia.

O que era o esquema?Era o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o esquema. O dinheiro viria para mim e retornaria para eles. Esse era o esquema. R$ 10 mil foi o que me falaram que eu poderia ficar, foi aí que eu vi que tinha erro. Eles falaram que eu poderia fazer o que eu quisesse. Onde já se viu isso?