Ele entrou em 1º na UFBA e quer representar a escola pública

Desempenho de estudante é considerado exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação

O ex-aluno da rede estadual de ensino da Bahia Lívio Pereira, de 18 anos, estudou demais. Ele não esperava, porém, ser o primeiro colocado do curso de direito da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Filho de uma empregada doméstica e de um motorista de ônibus, ele arrasou no Enem e deu muito orgulho à família.

‘Que a escola pública sinta-se representada’, diz 1º lugar em direito na UFBA

Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Nesta eleição, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a ser parte das soluções, e não do problema.

“Eu atualizava o Sisu o tempo todo durante três dias”, lembra o estudante. “Corri gritando pela casa quando vi meu nome lá e minha mãe achou até que eu estivesse doido”, brinca o jovem, relembrando o dia da aprovação. As informações são do Correio 24 horas.

O jovem diz que nunca foi um aluno excelente ou o primeiro da classe, mas começou a estudar para valer no terceiro ano do ensino médio. Ele foi aluno do colégio estadual Anísio Teixeira, no bairro da Caixa D’Água, local que despertou nele o sonho de seguir a carreira jurídica.

‘Que a escola pública sinta-se representada’, diz 1º lugar em direito na UFBA

Negro e morador da periferia, Pereira é o primeiro de sua família a entrar em uma universidade pública. “Eu agradeço muito a Deus porque não precisei trabalhar, como meus outros colegas. Mesmo sendo humilde, meus pais me deixaram ficar só estudando”, relata.

O rapaz quer que sua conquista seja uma inspiração para os outros estudantes da rede pública. “Quero que a galera de escola pública sinta-se representada”, disse. Ele afirma que muitos colegas de sua sala nem sabiam da existência da UFBA.

O segredo

Lívio havia prestado vestibular para psicologia em 2016, mas não foi aprovado. “Eu fazia o último ano de manhã, estudava de tarde e fazia um cursinho pré-vestibular à noite”, explica. O cursinho, que na época custava R$ 150, levava uma boa fatia do salário de seu pai.

Em 2017, ele resolveu “se isolar” para estudar e até se mudou de Salvador para ficar na ilha de Itaparica, em uma casa de veraneio da família. Ali, criou uma técnica diferenciada –às 6h30, o despertador tocava com mensagens como “Dormir não lhe torna advogado”.

Outro segredo de Pereira foi criar um “cantinho do guerreiro”, espaço que era utilizado somente como seu local de estudos. Pela manhã, ele estudava conteúdos relacionados a humanas. Durante o almoço, assistia a videoaulas para “não perder o foco”. À tarde, estudava exatas e, à noite, se debruçava sobre resolução de questões e exames passados. Um esforço e tanto, que foi devidamente recompensado.

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