6 lições de Stanford que todo empreendedor deve saber

Que a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, é um dos polos de excelência de ensino do mundo, ninguém duvida, tanto que alunos e ex-alunos fundaram alguns dos negócios mais espetaculares que temos notícia, como o Google, HP e Cisco Systems. São mais de 39 mil empresas e organizações sem fins lucrativos desde 1930.

Universidade de Stanford, nos EUA, é polo de criação e empreededorismo

Mas como Stanford fomenta essa característica? “Você cria um ambiente em que a criatividade floresce, no qual a inovação pode acontecer. Desenvolve uma incubadora, um lugar que inspira alunos e professores a mirar as estrelas e fazer algo diferente”, afirmou o presidente da Universidade, John Hennessy, em simpósio sobre empreendedorismo realizado durante as comemorações do 125º aniversário da Universidade.

No evento, cinco fundadores e co-fundadores de empresas inovadoras contaram porque decidiram investir em suas ideias, o que significa falhar e como é o trabalho do CEO.

Entre os participantes estavam Jessica Jackley, criadora da fintech (segmento das startups que criam inovações na área de serviços financeiros, com processos baseados em tecnologia)  Kiva; Kiah Williams, da Sirum, uma organização sem fins lucrativos que redistribui medicamentos com validade não expirada para clínicas; Mike Krieger, fundador do Instagram; Reed Hastings, da Netflix e Tristan Walker, da Walker & Co., que distribui produtos de saúde e beleza focados em pessoas negras.

Confira as seis principais dicas deles para chegar lá: 

Saiba quem é o chefe

O Vale do Silício ama as chamadas organizações “planas” –quando não há chefes. Mas, quando uma ideia se torna uma empresa de verdade, “alguém precisa ser o CEO”, explica Mike Krieger, do Instagram. Para ele, isso é uma verdade para qualquer companhia, mas se torna particularmente urgente quando há duas ou mais pessoas dividindo o espaço de co-fundador, caso da maioria das startups – e os conflitos de opinião se tornam bem comuns. “Alguém realmente precisa decidir e seguir em frente”, diz.

Celebre as pequenas vitórias…

Segundo Kiah Williams, da SIRUM, o empreendedorismo pode ser solitário e com tempos turbulentos. “É melhor celebrar as pequenas conquistas e vitórias. Nos momentos difíceis, eu acho que você vai querer desculpas para poder tomar uma cerveja, ou vários shots, com quem gosta”, destaca.

…Mas busque a próxima conquista

Quando uma empresa atinge um marco importante, um pouco de celebração é aceito, aprova Reed Hastings, do Netflix. Mas é trabalho do líder definir a agenda das novas melhorias. “O que eu lembro as pessoas e os funcionários o tempo todo é: ‘Estamos realmente bem em comparação há cinco anos, mas ruins quando pensamos nos próximos cinco’”, afirma o CEO do serviço de streaming.  Contudo, o trabalho do CEO é também ser crítico, segundo Williams.

Saiba quando sair de cena

Ninguém gosta de admitir a derrota, disse Jessica Jackley, que fundou duas empresas de fintech: a Kiva, que está prosperando, e a Profounder, que não sobreviveu e fechou. Esta última se destinava a alinhar financiamentos para startups em estágio inicial. Porém, quando a companhia se preparava para começar as atividades, o governo americano passou uma nova regulação para startups que facilitou esse financiamento – e tirou a relevância da Profounder.

Jackley e seu co-fundador tiveram que decidir entre um plano de negócio diferente ou deixar a empresa morrer. “O objetivo era se adaptar e continuar vivo”, disse ela. “Mas nós tivemos aquele típico momento divino, no qual eu e o meu co-fundador nos olhamos e nos perguntamos, ‘Será que estamos prontos para fazer isso?’”. Os co-fundadores perceberam que os obstáculos eram grandes e que era melhor decretar o fim da Profounder.

Faça o que você ama

O tempo é seu bem mais precioso. “Você deveria apenas fazer coisas que gosta e não perder tempo com aquilo que sabe que não vai fazer você feliz ou no que não vai encontrar qualquer objetivo. Seja um empresário da sua própria vida”, decretou a fundadora da Sirum.

Já Hastings contou que a visão de um produto que o empolgava foi a motivação para começar a Netflix e a Pure Software. “É como o que dizem sobre ser um escritor, você só deve se tornar um se não se imaginar em qualquer outra coisa”, disse.

Lucros e idealismo são compatíveis

Empreendedorismo e impacto social pareciam incompatíveis para Jackley, criadora da Kiva. Na verdade, ela via os empreendedores como “líderes de gangues porque eles estavam começando empresas para lucrar”, disse. Mas ela percebeu que a separação dos empreendimentos com fins lucrativos e sem fins lucrativos era “uma falsa dicotomia”. “Levou um tempo até eu perceber o empreendedorismo como algo que pode ajudar as pessoas que vivem na pobreza”, finalizou.

Via Startse