Economistas mudam de vida e criam espaço de convivência na floresta

Ao pisarem na Amazônia, os economistas Marcelo Cwerner, 31 anos, e Bruno Riberti, 32, ambos de São Paulo, resolveram não só mudar a própria vida mas também incentivar mudanças na vida dos outros. Inspirados pela possibilidade de agregar  pessoas para que coisas aconteçam entre elas, eles criaram, em Alter do Chão, no norte do Pará, a Maloca Viva.

“Funciona como um espaço de convivência e consciência voltado para o desenvolvimento humano em harmonia com a natureza”, explica Cwerner. “Aqui é possível se desenvolver mutuamente e se autoconhecer”.

 

A proposta acontece por meio de workshops e oficinas relacionadas com temas como bioconstrução, arte, saúde, trabalho com significado, espiritualidade, entre outros temas e também pela própria dinâmica do espaço que tem cômodos compartilhados, onde todos dormem em redes.

“A casa sem paredes resgata a vivência do viver junto como nas malocas indígenas. Então, quem vem vive em comunidade, algo que muitas vezes causa um sentimento interessante”, conta Cwerner.

“A pessoa perde o senso de que é necessário uma proteção constante, como acontece em São Paulo, e passa a perceber que pode ser melhor viver junto, em contato com o outro. Afinal, todos somos seres humanos e se eu soltar um ‘pum’ não tem problema o outro ouvir”, diz.

Até o meio do ano, a Maloca tem uma programação que inclui retiros com ioga, oficinas de clown, mandalas, conversas significativas, visitas às comunidades ribeirinhas, entre outras atividades.

“Meu intuito pessoal é que as pessoas venham para cá e percam esse sentimento de isolamento, necessidade material e desconexão com a natureza e assim transforme essa noção de que é preciso ter muito para ser feliz”, afirma Cwerner.

“Pois a felicidade não é algo que precisa ser alcançado. Eu acredito que ela se manifesta quando você consegue se livrar das outras coisas”, complementa Riberti.