LED é mais eficiente do que remédio para tratar candidíase oral

O uso de luz associado a um composto fotossensibilizante mostrou-se mais eficaz do que medicamentos antifúngicos para tratar a candidíase oral, doença causada pelo fungo Candida albicans, que causa lesões, manchas e rachaduras na lateral da boca e atinge, prioritariamente, crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico debilitado.

O trabalho foi realizado por pesquisadores do CePOF (Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica), um centro de pesquisa e inovação da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em parceria com pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Unesp em Araraquara, e divulgado pela assessoria de comunicação do IFS (Instituto de Física de São Carlos) da USP .

Estudo realizado foi publicado na revista ‘PLoS One’

As espécies do gênero Candida são parte da microbiota bucal, sendo que a C. albicans é a mais associada ao desenvolvimento de candidíase oral, popularmente conhecida como “sapinho”. Um dos tratamentos mais indicados para combater as lesões provocadas por esse fungo é o bochecho com medicamentos à base de nistadina, um antifúngico tópico. Entretanto, de acordo com estudos anteriores, o uso contínuo de antifúngicos pode resultar no desenvolvimento de espécies de Candida mais difíceis de combater com os fármacos existentes.

Para tratar as lesões, os pesquisadores administraram a um grupo de camundongos a terapia fotodinâmica antimicrobiana (APDT), que consistiu no uso de Photodithazine (PDZ), um fotossensibilizador de segunda geração composto por um sal de glucosamina de clorina solúvel em água, associado à aplicação de uma luz vermelha emitida por LED. Um segundo grupo recebeu nistadina. Os tratamentos foram administrados uma vez ao dia, durante cinco dias consecutivos.

Os dois métodos foram igualmente eficazes para inativar o fungo. A terapia fotodinâmica, porém, eliminou as lesões mais rapidamente – 24 horas após o término do tratamento. O grupo tratado com nistadina apresentou apenas remissão parcial das lesões. Os pesquisadores também testaram isoladamente o uso de luz ou o do PDZ. Mas nenhum dos dois eliminou as lesões completamente.

Os pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Unesp estão testando o tratamento à base de luz e PDZ em 60 pacientes idosos.

Com informações da Agência Fapesp