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Mitos sobre os bem-sucedidos empreendedores em tecnologia

Estudos e artigos publicados recentemente nos periódicos “Harvard Business Review”, “The New York Times” e “The New Republic” revelam algumas percepções equivocadas sobre os jovens e bem-sucedidos empreendedores em tecnologia.

São três os mitos mais comuns sobre eles: (1) que são empreendedores extremamente jovens, (2) com larga experiência em tecnologia e (3) que frequentam universidades famosas e as largam para iniciar start-ups que revolucionam algum setor. Uma das consequências desse estereótipo é que governos estão investindo em projetos voltados para pessoas com esse perfil, para incrementar o empreendedorismo e a formação de start-ups.

Foto: shutter_m/iStock
Foto: shutter_m/iStock

Os dados, no entanto, mostram que o perfil dos empreendedores bem-sucedidos em tecnologia não é bem esse, conforme revela pesquisa realizada ao longo de 2014 pela Endeavor, instituição que apoia empreendedorismo de alto impacto. O estudo analisou o setor de tecnologia em Nova York, incluindo entrevistas com 700 fundadores de empresas. Os resultados mostram que nenhuma das características encontradas no estereótipo do empreendedor de alta tecnologia foi confirmada.

A pesquisa revelou, por exemplo, que a média de idade do fundador de uma empresa de tecnologia é de 31 anos de idade e que 25% deles tinham mais de 35 anos quando fundaram seus negócios.

Segundo Michael Goodwin, líder de projetos da Endeavor, em artigo sobre a pesquisa recente feita pela “Harvard Business Review” sobre esse assunto, mostra que não há nenhuma relação entre a idade do fundador e o sucesso da empresa. Os empreendedores mais bem-sucedidos no setor de tecnologia têm sido especialistas no meio da carreira com substancial experiência na indústria.

Além disso, numa análise de 1.600 universitários que fundaram empresas de tecnologia, apenas alguns poucos largaram a faculdade para dedicar-se só aos negócios. A regra nesse caso, diferentemente dos exemplos famosos de Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg, tem sido que esses empreendedores concluem seus estudos na faculdade.

E os fundadores de start-ups em tecnologia são muito menos especialistas em tecnologia do que o senso comum imagina. O levantamento da Endeavor mostrou que apenas um terço deles frequentou cursos tecnológicos e de exatas na universidade, enquanto os outros dois terços vêm de cursos de humanas, ciências sociais aplicadas e negócios.

Segundo Goodwin, as pesquisas mostram que os empreendedores bem-sucedidos na área de tecnologia não correspondem aos mitos criados sobre eles. Ele alerta que as políticas de incentivo ao empreendedorismo no setor devem se basear nos resultados de pesquisas como essa e não em visões equivocadas criadas e alimentadas por estereótipos. “Qualquer que seja a idade, a experiência ou a formação deles, as melhores políticas usam dados para ajudar os empreendedores locais a expandir seus negócios e a reinvestir como mentores, investidores-anjo ou empreendedores em outros negócios na cidade onde escolheram começar”, escreve Goodwin.

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