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Brasileiros criam nanopartículas que podem inativar vírus HIV

Para se reproduzir no organismo, um vírus passa por um processo de ligação das suas partículas às células infectadas, conectando-se a receptores da membrana celular. Com o objetivo de impedir essa ligação e, consequentemente, a infecção, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais desenvolveram uma estratégia que utiliza nanopartículas carregadas de grupos químicos capazes de atrair os vírus, ligando-se a eles e ocupando as vias de adsorção que seriam utilizadas nos receptores celulares.

Dessa forma, o vírus, já com sua superfície ocupada pelos grupos químicos carregados pelas nanopartículas, fica incapacitado de realizar ligações com as células do organismo.

Resultados alcançados no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais podem levar a método para detecção de HIV e eliminação de diversos vírus em bolsas de sangue
Resultados alcançados no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais podem levar a método para detecção de HIV e eliminação de diversos vírus em bolsas de sangue

Trata-se do primeiro estudo que demonstra inativação viral baseada em química de superfície de nanopartículas funcionalizadas.

Os pesquisadores sintetizaram nanopartículas de sílica, componente químico de diversos minerais, com propriedades superficiais distintas e avaliaram sua biocompatibilidade com dois tipos de vírus.

A eficácia antiviral foi avaliada em testes in vitro, com os vírus HIV e VSV-G –que causa estomatite vesicular– infectando células do tipo HEK 293, uma cultura celular originalmente composta de células de um rim pertencente a um embrião humano. As partículas virais foram preparadas para expressar uma proteína fluorescente que muda a coloração das células infectadas, permitindo que os pesquisadores “sigam” a infecção.

A inovação segue a mesma estratégia já adotada pelos pesquisadores na funcionalização de nanopartículas que levam medicamentos quimioterápicos em altas concentrações até as células cancerígenas, evitando que as saudáveis sejam atingidas e minimizando os efeitos adversos da quimioterapia.

Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico científico “Applied Materials & Interfaces”.

Com informações da Agência Fapesp