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Pesquisadores mapeiam genética de atletas brasileiro de elite

Um grupo de pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) está mapeando em atletas de elite de diferentes modalidades um conjunto de marcadores genéticos associados ao bom desempenho na prática esportiva.

O objetivo do projeto, intitulado Atletas do Futuro, é criar um banco de dados sobre variações genômicas (polimorfismos) frequentes na população brasileira e, com auxílio de softwares, usar essa informação tanto para a seleção e treinamento de novos talentos, como para o aperfeiçoamento da preparação física de atletas profissionais.

Os resultados da pesquisa foram apresentados na semana passada em São Paulo, durante o workshop “Research on Sports and Healthy Living”, organizado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) em parceria com a Netherlands Organisation for Scientific Research.

Gustavo Kuerten durante coleta de material por meio de raspado bucal
Gustavo Kuerten durante coleta de material por meio de raspado bucal

O grupo  já coletou dados de mais de 800 atletas –tanto na ativa quanto aposentados– de modalidades como judô, basquete, kickboxing, rúgbi, karatê, tênis, atletismo e futebol.

Entre os voluntários mais conhecidos estão o ex-tenista Gustavo Kuerten, os ex-jogadores de basquete Hortência Marcari e Oscar Schmidt, os ex-judocas Edinanci Silva, João Derly e Aurélio Miguel e os ex-corredores Marilson do Santos, Joaquim Cruz e Andre Domingos Silva.

O material foi coletado por meio de um raspado bucal, com um kit comercial semelhante ao empregado em testes de paternidade. A busca pelos marcadores foi feita por métodos de PCR (reação da polimerase em cadeia) e sequenciamento. Para isso, foi usado um painel de genes-alvos já associados em estudos anteriores à performance esportiva, como, por exemplo, o ACTN3, que codifica uma proteína importante para a contração muscular, a alfa-actina 3.

De acordo com o escore obtido pelo atleta, tanto a preparação física quanto a tática de jogo, no caso dos esportes coletivos, podem ser adaptados para alcançar melhores resultados.

O método foi testado com sucesso no time de basquete do Palmeiras, durante o campeonato de 2013.

Apesar dos potenciais benefícios do projeto para o treinamento de atletas profissionais, os pesquisadores ressaltam que seu principal público-alvo são crianças. Uma das propostas é desenvolver um software que pudesse ser usado nas escolas, pelos professores de educação física, para identificar as modalidades mais adequadas para cada estudante e orientar o treino.

Com informações da Agência Fapesp