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Políticos e profissionais pegam carona na onda do crowdfunding

Por: Aline Gattoni

A popularização do crowdfunding abriu um enorme leque de oportunidades para aqueles que ampliaram sua visão de emprego e negócios. Até os políticos já estão se beneficiando do financiamento coletivo, e há muito dinheiro envolvido no setor.

Leia mais: Entender a “vaquinha” virtual pode realizar seu sonho

Fiascos famosos e casos de sucesso marcam “vaquinhas”; relembre

Todas as grandes plataformas de financiamento coletivo atuantes no Brasil atestam crescimento desde sua criação até este ano. O site Benfeitoria cresceu 100% ao ano por três anos e, em 2016, o crescimento foi de 50%.

O Kickante começou em 2013 com arrecadações que somaram quase R$ 163 mil. Em 2016, foram R$ 18,4 milhões. O número de campanhas saltou de 1.498 em 2013 para 24,6 mil em 2016.

No caso do Catarse, foram movimentados R$ 12,8 milhões na plataforma em 2015, R$17 milhões em 2016 e, para 2017, a previsão é de crescimento de cerca de 30% –com movimentação de R$ 22 milhões até dezembro.

“Nos primeiros meses de existência, em 2011, o Catarse demorou dez meses para movimentar R$ 1 milhão na plataforma e, atualmente, leva-se apenas 20 dias para movimentar este valor”, afirma Raíssa Pena, diretora de publicações do site.

Com o sucesso, surgiu a necessidade de serviços diversificados voltados às campanhas. Assim, profissões como gestor de redes sociais, designer, produtor de campanha e videomaker estão brilhando na área.

Surgiram até mesmo empresas especializadas em consultoria para crowdfunding. É o caso do Bando. A ideia nasceu do encontro entre Felipe Caruso, jornalista que trabalhou no Catarse, e Téo Benjamin, do Benfeitoria.

Oportunidade entre políticos

O primeiro produto nascido da parceria foi um curso sobre crowdfunding e economia colaborativa. Logo, ambos estavam desenvolvendo treinamentos, consultorias e conteúdo sobre o tema.

O Bando em ação
O Bando em ação

“As plataformas são startups. Elas estão preocupadas em sobreviver e resolver os seus próprios problemas”, afirma Caruso. “Quando estávamos nas plataformas, parte do nosso trabalho era olhar o setor. Então, nos juntamos para ocupar o espaço de pensar o financiamento coletivo como um todo no Brasil.”

Para ele, as oportunidades são imensas. “Milhares de projetos são financiados e giram milhões todos os anos no país, formando um rico ecossistema”, diz o jornalista.

O projeto mais simbólico do Bando foi o financiamento coletivo para a campanha do candidato Marcelo Freixo (Psol) à Prefeitura do Rio de Janeiro, em 2016. “Arrecadamos R$ 1,8 milhão com doações de 14 mil pessoas de todo o Brasil, estabelecendo um recorde.”

No momento, a dupla está escrevendo um livro sobre a campanha e o financiamento da política. Recentemente, a empresa colaborou com a assessoria legislativa da Câmara dos Deputados para facilitar o crowdfunding para as próximas eleições.

O coletivo edita um site com discussões sobre o setor. Saiba mais sobre o Bando aqui.

Marcelo Freixo (Psol)
Marcelo Freixo (Psol)

O que vem por aí

As plataformas também estão em constante renovação. A Kickante, por exemplo, está testando a prática do “cashback” –quem contribui pode receber uma porcentagem da doação de volta. “A operação está sendo bem-sucedida”, diz Candice Pascoal, fundadora do site. “Se nossos contribuidores assim desejarem, expandiremos este modelo também para outras campanhas da plataforma.”

No último mês, o Catarse passou a permitir que os realizadores fizessem questionários dentro da própria campanha, facilitando a coleta de informações dos apoiadores para a entrega das recompensas.

Outra novidade que devem anunciar em breve é o modelo de financiamento coletivo recorrente, que permite ao realizador receber um valor mensal constante, aumentando a cumplicidade com sua rede de apoiadores.

O prazo máximo das campanhas deverá ser de 60 dias. “Continuam existindo projetos pessoais muito interessantes, mas temos visto cada vez mais empresas, marcas e profissionais utilizarem o Catarse como estratégia para os próprios negócios”, diz a diretora do site.

No Vakinha, a novidade será uma espécie de selo para as campanhas “verificadas”, como uma forma de combater golpes. “Será possível verificar vaquinhas que têm reputação e as que não têm”, explica o CEO Fabricio Milesi.

A plataforma também está estudando mudanças na finalização das campanhas. Milesi citou, ainda, mais dois lançamentos para este ano, um que ajudará ONGs e outro para favorecer campanhas de pessoas físicas.