Por que é importante que crianças pequenas dialoguem com as cidades?

Na Escola Concept, os alunos encontram na cidade uma comunidade que as acolhe de braços abertos

Desde que nascem, as crianças têm múltiplas formas de expressão, linguagens que são utilizadas não necessariamente de forma verbal. Elas usam o corpo todo como uma forma de descobrir o mundo!

Pés descalços, por exemplo, despertam terminações nervosas que auxiliam na percepção das propriedades sinestésicas do meio, levar objetos à boca, por outro lado, oferecem informações sobre texturas, formas, sabores. As crianças nutrem capacidades de relacionar-se com o entorno usando a imitação, as sensações, o gestual, o movimento.

Alunos da educação infantil da Escola Concept durante visita ao Mercadão de São Paulo
Créditos: Katherine Stravogiannis
Alunos da educação infantil da Escola Concept durante visita ao Mercadão de São Paulo

Permitir que a criança explore o entorno para além dos muros escolares possibilita que os pequenos façam conexões de sentido, que interajam com a cidade, conheçam seu funcionamento e indaguem a lógica adultocêntrica (centrada no mundo adulto).

Muitas vezes, temos medo da própria cidade (pela violência ou confusão), que deveria ser o habitat natural da criança urbana. Conhecer seu entorno, o funcionamento das coisas, é expandir a capacidade de compreensão das crianças, ampliando seu conhecimento de mundo e noção de cidadania.

Fazer as crianças interagirem com sua própria cidade é uma das formas de cidadania
Créditos: Katherine Stravogiannis
Fazer as crianças interagirem com sua própria cidade é uma das formas de cidadania

Na Escola Concept, em São Paulo, desde muito pequenos, os estudantes encontram na cidade uma comunidade que as acolhe de braços abertos. Conectados aos projetos que as instigam, as crianças desbravam novos territórios, fazendo conexões de sentido com aquilo que lhes é apresentado e vivenciado na escola. Mercado, museus, refúgios ambientais, parques, são privilegiados cenários interativos, até mesmo para crianças de 2 anos que, apesar de pequenas, expressam suas teorias.

Os alunos foram às compras com sacolas sustentáveis confeccionadas por elas próprias
Créditos: Katherine Stravogiannis
Os alunos foram às compras com sacolas sustentáveis confeccionadas por elas próprias

Em uma dessas visitas, por exemplo, o Mercado Municipal foi o cenário para que os pequenos manipulassem, degustassem, observassem, cheirassem diferentes produtos, que se tornaram memórias indeléveis, junto à arquitetura deslumbrante que os cercava. Com as sacolas sustentáveis confeccionadas pelas próprias crianças a partir de banners reutilizados, os pequenos foram às compras, interagindo com a cidade. “Isso é uma fruta?” perguntou sabiamente uma criança de 2 anos ao apontar azeitonas. Os vendedores rapidamente buscaram conectar-se com os estudantes, oferecendo degustações, enchendo seu dia de alegria em forma de sorrisos e abraços interativos.

Os pequenos manipularam, degustaram e conhecerem diferentes produtos
Créditos: Katherine Stravogiannis
Os pequenos manipularam, degustaram e conhecerem diferentes produtos

Cheiros, sabores, cores, texturas, movimentos, cenários, tudo pode ser vivenciado com o corpo todo numa saída pedagógica bem contextualizada, que instigue as crianças ainda que não verbais, nas suas indagações e curiosidade.

Para que a experiência escolar seja muito mais relevante, não basta que os educadores apresentem conteúdos estanques, mas que mostrem às crianças formas de impactar a sociedade, de enxergar relevância naquilo que aprendem.

E você? Como tem apresentado o mundo ao seu filho?

*Katherine Stravogiannis é diretora de Segmento Infantil na Escola Concept, em São Paulo