Reality usa a arte da palhaçaria para despertar alta performance

Imagina você ser contratado por um circo? Em um mundo em que as antigas relações de trabalho e emprego estão em crise, não parece má ideia mudar de carreira. Mas, como não é qualquer circo, não pense que será fácil. E também por que você faria isso? A resposta fica com Márcio Libar, o dono do espetáculo : “Para saber o que um artista de alta performace passa para chegar onde ele esta, pois é preciso comover. Porque se você comove a plateia você é contratado e você só comove com a sua verdade. Ou seja, há grandes chances de conhecer a sua verdade e isso mudar toda sua vida.”

Libar é pessoa atrás do palhaço ‘Cuti Cuti’, ganhador de prêmios internacionais e referência na arte da ‘palhaçaria’. Atua também com ator, diretor e educador no setor de desenvolvimento social e humano. Há dez anos ele promove a oficina “A Nobre Arte do Palhaço” que desde 2011 ganhou uma nova roupagem: um reality game de 24 horas imersivas para o emponderamento de si mesmo.

“Trabalhamos com a aceitação da perda. Porque a questão toda é seu poder de recuperação. É como uma oficina de  ‘emperdedorismo’ que provoca você a mostrar justamente aquilo que passou a vida toda tentando esconder. Então a partir da posição de aceitação, você descobre o seu valor.”

A experiência acontece o tempo todo no teatro, com luz, cortina, figurino. No dia seguinte às primeiras 12 horas, é o segundo ato, onde o local vira um palco e recebe uma plateia de quem já participou antes para assistir a sua contratação (ou não) pelo “Gran Cirque du Messiê Loyal”.

“Trabalhamos com o mundo encantado. Acreditamos que ele existe e a pessoa passa a acreditar nisso também e sai daqui com poder para mudar a própria vida”, diz Libar.

“Nossa ideia é entrar no DNA dos participantes e modificar a codificação no sentido de transformar o hábito, o sonho para que eles comecem a investir o tempo todo naquilo que é potente”, conta Giuliana, filha e parceira de Libar dentro e fora do espetáculo.

A junção dos dois nesse trabalho, que aconteceu a partir do encontro de Libar com a filha por meio do Orkut, é o que impulsionou essa nova abordagem da oficina do artista, onde se mistura o que há de mais artesanal com a tecnologia, o que Márcio chama de “tecnologia humana”.

O workshop roda o Brasil sempre com o número limite de 10 vagas por oficina e recebe desde anônimos a famosos dispostos a serem desafiados pelo Messiê Loyal, personagem de fraque vermelho e cartola interpretado pelo próprio Márcio Libar.

“No picadeiro você mostra quem você é e não há dois iguais a você. É ali que você descobre o seu melhor”, diz o artista.

Na agenda, os próximos workshops estão marcados para os dias 20 e 21, e 27 e 28 de junho, no Rio de Janeiro. Para se inscrever é preciso acessar o site www.aceitaidiota.com.br e seguir as instruções. “Queremos levar o reality mais vezes para São Paulo e outros Estados e por isso também buscamos parceiras de produção”, avisa Giuliana.