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Sensor de acetona poderá facilitar monitoramento do diabetes

Estudo poderá resultar na produção de um dispositivo sensor semelhante ao bafômetro

Para monitorar seu nível de glicemia, com a tecnologia atualmente disponível, a pessoa que tem diabetes precisa perfurar o dedo e depositar uma gota de sangue em um biomarcador. Esse método incômodo deverá ser substituído em breve por um procedimento não invasivo e indolor.

Estudo em andamento no Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais, um dos centros apoiados pela Fapesp, poderá resultar na produção de um dispositivo sensor semelhante ao bafômetro. Com um simples sopro, o usuário terá acesso à informação sobre sua condição glicêmica.

Estudo realizado no Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais visa a construção de um dispositivo não invasivo para detectar o nível de glicemia a partir do hálito
Estudo realizado no Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais visa a construção de um dispositivo não invasivo para detectar o nível de glicemia a partir do hálito

O princípio subjacente a tal dispositivo é a sensibilidade do composto tungstato de prata à acetona.

De acordo com o físico Luís Fernando da Silva, a ideia é utilizar o tungstato de prata para detectar e mensurar o vapor de acetona exalado no hálito. “Todas as pessoas exalam vapor de acetona. Mas a quantidade exalada por pessoas diabéticas é aproximadamente o dobro daquela exalada por não diabéticos. Enquanto o não diabético exala em torno de 0,3 a 0,9 partes por milhão de acetona, no diabético o nível de acetona no hálito é superior a 1,8 partes por milhão”, disse o pesquisador à Agência Fapesp.

O estudo que resultou no artigo publicado no periódico “Journal of Alloys and Compounds” reuniu pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), USP (Universidade de São Paulo), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), UEP (Universidade Estadual do Piauí), Universitat Jaume I, em Castellón, na Espanha, e da Aix-Marseille Université, em Marseille, na França.

Os pesquisadores estão estudando agora a seletividade do material –isto é, a resposta que ele apresenta em relação a outros gases normalmente presentes no hálito, como vapor de água, dióxido de carbono, álcoois, aldeídos, entre outros.

O material sensor tungstato de prata é constituído por nanopartículas na forma de bastões. Esses bastões são depositados sobre um eletrodo. A reação química entre o vapor de acetona e a superfície do material sensor faz com que esta tenha sua resistência elétrica diminuída. Quando o gás é removido, a resistência retorna ao valor inicial. Essas variações de resistência, detectadas pelo dispositivo sensor, permitem estabelecer uma relação entre a variação da resistência elétrica e a concentração de acetona.

Com informações da Agência Fapesp