Alunos de escola pública criam dispositivo de combate ao assédio

Ação de alunos é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação

Em uma escola pública de Campinas (SP), uma disciplina eletiva leva os alunos ao desenvolvimento de projetos tecnológicos que estimulam o empreendedorismo antes do término do ensino médio. Uma das iniciativas apresentadas pelos estudantes foi um aplicativo para celular que colabora no combate a casos de assédio no transporte público.

Alunos de escola pública de Campinas (SP) criam dispositivo de combate ao assédio no transporte

Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.

A disciplina eletiva do colégio Culto à Ciência é a Conectando IOT (Internet of Things, ou “Internet das Coisas”, em tradução livre), que incentiva os adolescentes ao estudo de inovação para o desenvolvimento de startups. Uma das propostas é criar uma ferramenta tecnológica que ajude a resolver um problema social.

Ferramenta de segurança

O aplicativo criado pelos estudantes é um sistema automático que identifica possíveis casos de assédio pelas câmeras de segurança dos ônibus. Com a detecção, um alarme sonoro é disparado e todos os usuários são alertados sobre o crime. Com isso, o sistema inibe a prática.

A ferramenta está em fase final das pesquisas. “Vamos resolvendo os problemas de cada etapa, até que o resultado fique bom”, diz a aluna Victoria Deorio Silva, de 16 anos, envolvida no projeto. “E é muito legal ver os colegas correndo atrás para desenvolver, fazendo de tudo para dar certo. E nós estamos fazendo por nós mesmos, nada é imposto, a gente vai atrás. E por isso é bem legal!”

Alunos de escola pública de Campinas (SP) criam dispositivo de combate ao assédio

“No semestre anterior os alunos desenvolveram um app para a escola”, conta o coordenador geral do colégio, Glauber Maldonado Ferreira. “Agora eles estão trabalhando em função da internet das coisas, pensando em quais benefícios podem levar para a comunidade escolar.”

Em 2017, a proposta era desenvolver um aplicativo que facilitasse algumas tarefas rotineiras do colégio, como as escolhas das disciplinas –antes feitas com fichas em papel. O programa desenvolvido pelos estudantes digitalizou não só esse sistema, como também a organização do clube juvenil, da escolha de tutor, do calendário da escola e do cardápio de merendas.

Com informações da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo