Exposição excessiva a telas pode reduzir habilidade motora de crianças

O estudo da Unifesp abrangeu crianças em idade pré-escolar, de 4 a 6 anos.

Com a pandemia do novo coronavírus, os dispositivos moveis têm sido uma forma de distração para as crianças. Mas o uso em excesso pode reduzir habilidade motora dos pequenos, segundo uma pesquisa da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

De acordo com o estudo do Departamento de Psiquiatria, a exposição excessiva às telas de computador, televisão, celular tablet ou videogame mostrou que mais de 55% das crianças avaliadas faziam as refeições assistindo televisão, e 28% passavam longos períodos utilizando mídias de tela. As informações são da Agência Brasil.

Exposição excessiva a telas pode reduzir habilidade motora de crianças
Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
Exposição excessiva a telas pode reduzir habilidade motora de crianças

Além disso, o uso excessivo de mídia de tela aumentou o risco de as crianças apresentarem habilidades motoras pobres, acentuou a inatividade física e diminuiu as horas de sono. O estudo abrangeu 900 crianças em idade pré-escolar, de 4 a 6 anos.

Para a pesquisa foram entrevistados pais ou responsáveis que responderam a questionário para determinar o perfil de atividade física e duração de sono da criança. As perguntas englobaram informações sobre os níveis de atividade física das crianças, número de horas de sono durante a noite e o dia, uso da mídia de tela e hábitos de uso.


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Para o tempo de uso das mídias de tela havia quatro opções de resposta: menos de 1h por dia; mais de 1h por dia até menos de 2h por dia; 2h por dia; ou mais de 2h por dia.

“As crianças realizaram uma avaliação motora completa, com testes como manuseio de objetos, andar em linha reta, pular, ficar na ponta dos pés, imitação de gestos, noções de direita e esquerda, repetir frases e reprodução de estímulos visuais e auditivos”, explicou a fisioterapeuta e doutoranda Erika Felix, que conduziu a pesquisa.

Habilidades motoras

De acordo com a médica, o aumento do risco de comprometimento das habilidades motoras em função do uso excessivo das telas se justifica pelo fato de que a infância é um período crucial para o desenvolvimento motor e cognitivo e é significativamente influenciada pelo ambiente.

Ainda segundo o levantamento, crianças de todas as idades passavam, em média, cerca de 3 horas de seus dias nas telas antes desta crise, período que passou para 6 horas, número que pode ser até maior, de acordo com a pesquisadora.