Por Luciana Brito, do blog HSM

A Netflix, empresa que fornece serviços de TV por streaming, alcançou no final de 2014 quase 40 milhões de assinantes no mundo todo, sendo os resultados do último trimestre os melhores na história da companhia. Uma das principais razões para os atuais bons números está na forma como a empresa tem gerenciado seu fluxo de caixa, na avaliação de Eddie Yoon, diretor da consultoria The Cambridge Group.

Em recente artigo para “Harvard Business Review”, Yoon aponta que a elevação de US$ 1 na mensalidade da Netflix em meados de 2011 está por trás do sucesso atual. Na ocasião, ele foi um dos poucos a defender o aumento nos preços praticados pela empresa e explica que o fez por apostar que a Netflix investiria sabiamente aquele um dólar a mais por mês em benefício dos assinantes.

Para Yoon, a habilidade da Netflix para apostar nisso vem certamente de terem percebido uma demanda latente de seus consumidores, que assinavam seus serviços por confiarem que a empresa saberia como atender suas demandas atuais e futuras e investiria pesadamente nisso. Isso se confirmou com a Netflix.

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Um dos principais investimentos feitos pela Netflix com a receita extra foi em produções próprias inovadoras e originais, como a série “House of Cards”, com Kevin Spacey, que conquistou importantes premiações, como o Globo de Ouro, e colocou a Netflix na disputa com a consagrada HBO, por exemplo.

Quando os consumidores preveem que suas demandas por um produto ou serviço crescerão e confiam o suficiente em uma empresa para concordar em pagar mensalmente por um serviço que atenda a esse crescimento –sustentando um fluxo de caixa regular necessário para ela–, eles estão essencialmente possibilitando que a empresa produza o que eles esperam, segundo Yoon.

“Converter as certezas do consumidor em fluxo de caixa é um elemento-chave para ganhar dinheiro no modelo de negócio digital”, escreve Yoon. “Quando os consumidores estão certos sobre suas demandas latentes, eles são fortemente propensos a fornecer um fluxo de caixa positivo em troca de mais benefícios e melhor conteúdo.”

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