Sistema B anuncia programa para startups

Empresas estabelecidas e que tenham boas práticas –aquelas que, além de se preocupar com lucro, criam empregos de qualidade para sua equipe, melhoram a vida das pessoas ao seu redor e criam valores para a sociedade– já podiam se destacar no mercado por meio da obtenção de certificação de empresa B. Em breve, startups que tenham esses objetivos também farão parte desse grupo, anunciou o Sistema B, responsável pelo selo em todo o mundo.

A modificação, que está em desenvolvimento, ocorreu quase como uma correção de caminho: segundo as regras da certificação, é preciso que a organização tenha ao menos seis meses de faturamento, o que desclassificava automaticamente as startups.

Cena de documentário sobre o Sistema B

“Essa nova categoria está em processo de implantação. Trata-se de uma resposta a uma solicitação global. Nós, aqui do Brasil, também recebemos vários pedidos de certificação para startups. Temos a documentação pronta, falta criarmos um mecanismo para apresentar isso e, então, aplicá-lo”, afirma Julia Maggion, diretora-executiva do Sistema B Brasil.

Ela diz que a intenção é levar o programa, que pode se transformar em certificação, a universidades, aceleradoras e organizações que trabalhem com esse tipo de negócio.

No Brasil, são hoje 20 empresas certificadas. No mundo, 1.051. E por que uma companhia se interessaria em responder o questionário complexo, em se submeter a uma avaliação de todo o negócio e, também, aceitaria mudar seu contrato social, incluindo duas cláusulas que a obrigam a considerar os trabalhadores, a comunidade e o ambiente em toda tomada de decisões?

Segundo Greta Salvi, coordenadora de Business Development do Sistema B Brasil, obter a certificação é uma forma de aprimorar a empresa, “além de ampliar o networking com empresas preocupadas com o impacto que geram e as possibilidades de parcerias entre os membros da rede em todo o mundo”.

Documentário feito pela Maria Farinha Filmes, empresa certificada no Sistema B

Empresas tão distintas quanto a Ouro Verde, que trabalha com o processamento da castanha-do-Pará, e a Maria Farinha Filmes, produtora de audiovisual, têm o selo B em comum e práticas que mostram que é possível incluir inovações sociais em toda cadeia de produção.

A Ouro Verde Amazônia foi primeira a ser classificada como B no país, e o sócio-fundador Luis Fernando Laranja afirma que já era “empresa B antes de ter o selo”. Ao abrir a companhia, mudou o relacionamento com os pequenos produtores, incluindo negociação com comunidades indígenas e quilombolas, cobrando produtos de qualidade e pagando melhor a eles por isso. “Foi uma mudança de paradigma. Estar no grupo do Sistema B reforçou os princípios da nossa empresa. Você aglutina iniciativas que são comuns e descobre que não é um maluco por fazer diferente.”

Luana Lobo, sócia-diretora da Maria Farinha, explica que buscou a certificação como uma forma de medir o que estava fazendo e, também, para “deixar claro ao mercado o nosso posicionamento”. A empresa produz apenas conteúdo de impacto social e que provoque alguma transformação. “Não enxergamos o lucro como missão da empresa. É uma ferramenta para cumprir a nossa missão.”

Cena de documentário feito pela Maria Farinha Filmes, empresa certificada no Sistema B

Se quiser entender melhor o processo de certificação, inscreva-se aqui no webinar que o Sistema B fará no dia 31 de julho, às 10h.

Por QSocial